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Produtores aguardam resposta de Lula depois de 18 dias de movimento

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Hoje completam 18 dias em que o Nortão iniciou um dos maiores movimentos da classe produtora ocorrido no país, nos últimos anos. Intitulado ‘Grito do Ipiranga’, o movimento ganhou proporção e já é realizado em cerca de 10 Estados brasileiros, refletindo em vários segmentos da economia do país. Bloqueios nas rodovias, manifestos em frente à bancos, panelaços, passeatas, fechamentos de empresas, marcaram essas três semanas de luta e negociações.

Mas hoje as atenções estão voltadas para Brasília. Agricultores e autoridades locais vão participar de mais uma reunião com o ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, e aguardam uma resposta do Governo Federal para as reivindicações, entregues na última terça-feira. O presidente Lula já sinalizou a apresentação de medidas para o setor hoje, destacando que seja prioridade “zero” no governo, soluções para a atual crise no agronegócio.

Enquanto a reunião não acontece, produtores devem continuar os bloqueios em todo o Nortão. Em Sinop estão sendo retidas cargas de produtos agrícolas. Em Nova Mutum, depois de conflitos entre agricultores e caminhoneiros, que ficaram irritados com o bloqueio, resultando em três pessoas feridas e sendo necessário a intervenção da polícia, a rodovia foi liberada. Em Lucas do Rio Verde e Sorriso o bloqueio para cargas em geral deve prosseguir, bem como em outros municípios como Sapezal, Comodoro e na região do Araguaia.

Caminhões e carretas carregados com carne, combustível, hortifrutigranjeiros, medicamentos, ficaram a semana parados na rodovia, causando o desabastecimento de muitos estabelecimentos na região. Postos de combustíveis prevêem que comece a falta combustível neste final de semana, se a rodovia não for liberada. Frigoríficos diminuíram a produção, já que não conseguem transportar as cargas.

Caso nenhuma medida seja apresentada hoje, produtores de todo o país se mobilizarão na próxima terça-feira, em Brasília, para pressionar o governo. Será o segundo Tratoraço. No mesmo dia está marcada uma reunião entre governadores de 12 Estados, que tem o agronegócio como principal atividade econômica, e o presidente Lula.

No ano passado, em junho, mais de 15 mil produtores se reuniram em Brasília, com tratores e caminhões, cobrando soluções para alguns problemas enfrentados pelo setor, como baixos preços de comercialização, concorrência desleal, falta de crédito, endividamento e câmbio desfavorável. A maioria prossegue até o hoje.

As principais reivindicações do setor, da pauta de 13 ítens, são as seguintes:

1- Pacto de 180 dias com todos os credores, sejam eles empresas e/ou instituições financeiras dos setores privado e público.
Neste período, precisamos de apoio do governo para construir um plano de refinanciamento dos débitos. Solicitamos que neste período nenhum produtor seja incluído nos sistemas de restrição de crédito, como Serasa, Cadin, protesto ou ajuizamento. Esta medida é emergencial dada a total falta de liquidez do setor.

2- Desoneração do óleo diesel.
Somente com o frete estamos gastando cinqüenta por cento (50%) da nossa produção.Com o fim da subvenção do óleo diesel em 2001, o item passou a ser um dos mais caros do mundo e principal responsável pelo aumento do custo de produção da agropecuária.

3- Cumprimento da Política Agrícola prevista na legislação vigente
A garantia de preços mínimos está prevista na Lei 8171/91, que institui a política agrícola brasileira, e na Lei 4504/64, que institui o Estatuto da Terra, e no Artigo 187 da Constituição Federal. Os preços fixados atualmente não cobrem os custos de produção.

4- Alocação de recursos suficientes para sustentação de preços.
Ampliação do teto para AGF, EGF, PEP e contrato de opção com recursos liberados diretamente ao produto

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