PUBLICIDADE

Começa a faltar combustível e gás no Nortão com bloqueios na BR-163

PUBLICIDADE

O bloqueio de cargas feito por agricultores na BR-163, em Lucas do Rio Verde, entra hoje no terceiro dia. Combustível, comida, hortifrutigranjeiros, carne, gás e muitos outros produtos não passam para mais de 40 cidades da região Norte. Há grandes filas às margens da rodovia, em postos e centrais de fretes. Os agricultores só liberam carros e ônibus e estão dispostos a manter os bloqueios enquanto o governo Lula não atender as principais reivindicações do Grito do Ipiranga, que começou há três semanas, e se espalhou por 10 Estados. Com colheitadeiras e tratores atravessados na pista, agricultores se rezevam à noite e de madruga para evitar que caminhões passem, principalmente os carregados com produtos agrícolas.

Em Sinop, houve momentos de tensão ontem à noite. Revoltados porque não conseguiam passar, em direção ao Norte, caminhoneiros decidiram trancar geral a rodovia e impedir que carros e ônibus -liberados por agricultores- passassem. “Se eles podem impedir a nossa passagem também podemos impedir as dos demais”, disse, irritado, um caminhoneiro de Minas Gerais, que estava entre os que atravessaram caminhões na pista para fazer o bloqueio geral, embora houve bom senso em alguns casos e ônibus que fazem transporte escolar e pessoas que estavam em carros, seguindo viagem para outras cidades em busca de tratamento médico puderam passar.

Em Sorriso e Nova Mutum, o bloqueio de cargas continua. Em Mutum, também houve ontem, por algumas horas, interurpção no tráfego de veículos, por parte de caminhoneiros, que discutiram com agricultores.

Como em Rondonópolis, o tráfego acabou sendo liberado por algumas horas, ontem, carretas carregadas de combustível e outros produtos conseguiram andar e chegar até Nova Mutum. Mas não chegaram a Lucas, Sorriso, Sinop, Alfa Floresta, Guarantã do Norte, Colíder, Peixoto de Azevedo, dentre outras cidades.

A preocupação é com o desabastecimento. Em Sinop, conforme Só Notícias já informou, três distribuidoras estão sem combustível. Alguns postos estão racionando o fornecimento de gasolina, álcool e diesel e os estoques estão no fim. Muitos deles devem parar hoje se não chegar combustível. As Prefeituras de Sorriso e Vera reduziram as atividades em alguns setores por falta de combustível. Em Vera, ônibus do transporte escolar deixam de circular a partir de hoje. Em Sorriso, o ritmo de trabalho com caminhões e máquinas da Secretaria de Obras será reduzido.

Também há preocupação com falta de gás de cozinha em Sinop. Algumas revendedoras têm estoque só para hoje.

Ontem, foram divulgadas duas informações a respeito das providências do governo em relação à crise. Primeiro, a Agência Estado informou que o ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, havia dito que o presidente Lula tinha decretado “prioridade zero”para a questão da crise no agronegócio. No final da tarde, a Agência Brasil ( do Governmo Federal), informou que Rodrigues declarou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva determinou prioridade aos assuntos relacionados às dificuldades e reivindicações do setor agrícola.

As principais reivindicações do setor, da pauta de 13 ítens, são as seguintes:

1- Pacto de 180 dias com todos os credores, sejam eles empresas e/ou instituições financeiras dos setores privado e público.
Neste período, precisamos de apoio do governo para construir um plano de refinanciamento dos débitos. Solicitamos que neste período nenhum produtor seja incluído nos sistemas de restrição de crédito, como Serasa, Cadin, protesto ou ajuizamento. Esta medida é emergencial dada a total falta de liquidez do setor.

2- Desoneração do óleo diesel.
Somente com o frete estamos gastando cinqüenta por cento (50%) da nossa produção.Com o fim da subvenção do óleo diesel em 2001, o item passou a ser um dos mais caros do mundo e principal responsável pelo aumento do custo de produção da agropecuária.

3- Cumprimento da Política Agrícola prevista na legislação vigente
A garantia de preços mínimos está prevista na Lei 8171/91, que institui a política agrícola brasileira, e na Lei 4504/64, que institui o Estatuto da Terra, e no Artigo 187 da Constituição Federal. Os preços fixados atualmente não cobrem os custos de produção.

4- Alocação de recursos suficientes para sustentação de preços.
Ampliação do teto para AGF, EGF, PEP e contrato de opção com recursos liberados diretamente ao produto

PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE

Mais notícias
Relacionadas

Avião cai, pega fogo e piloto morre no Nortão

Uma aeronave agrícola de pequeno porte caiu, esta manhã,...

Pesquisadores desenvolvem software para monitoramento da tuberculose em Mato Grosso

Projeto que está em desenvolvimento pelo Laboratório de Pesquisa...
PUBLICIDADE