O protesto dos agricultores do Nortão e de outras regiões de Mato Grosso entra na terceira semana, cobrando do Governo Lula, principalmente, mudanças na política cambial e redução do preço do óleo diesel. Em Sorriso, campeão brasileiro em produção de soja, os agricultores continuam impedindo a saída de soja de armazéns e, na BR-163 (rodovia que dá acesso à capital e ao Sul), está mantindo a interrupção no tráfego de caminhões carregados com grãos e insumos.
No final de semana, caminhoneiros – que tinham aderido ao manifesto dos agricultores- acabaram se desentendendo, em Sorriso, sobre os rumos do movimento e a grande maioria deles acabou saindo do local onde é feito o bloqueio. Na realidade, depois que os caminhoneiros passaram a apoiar os produtores, não houve um núcleo central de comando e de definições de estratégias para o manifesto. Um grupo defendia bloqueio geral da rodovia e, outro, interrupção parcial no tráfego.
Em Lucas do Rio Verde, o bloqueio continuou no final de semana. No sábado, conforme Só Notícias já informou, foi impedida a passagem de carros, ônibus e caminhões pela manhã e à tarde. No início da noite, um caminhão de arroz tentou furar o bloqueio. não conseguiu e os agricultores jogaram a carga na rodovia, a exemplo de uma carga de soja, na primeira semana do protesto. Ontem, dia da padroeira do município, só houve bloqueio parcial da rodovia. Agricultores e caminhoneiros pretendem continuar o manifesto hoje e, ao que tudo indica, novamente a rodovia deve ter algumas horas de bloqueio geral.
Amanhã vence o prazo que o Ministério da Agricultura pediu, depois de um assessor do ministro ter conversado, em Lucas, com produtores e prefeitos, para responder as reivindicações da categoria. Líderes do movimento, de sindicatos e associações seguem amanhã à Brasília para saber se o governo atenderá algumas reivindicações.
“Esperamos, além de mudar a política cambial em relação a soja, milho, arroz e algodão, que o governo baixe o preço do óleo diesel e libere AGF para o milho. Com estas três medidas, vamos resolver uma grande parte do problema possibilitando com que os produtores possam voltar para suas fazendas, produzirem e buscarem pagar seus compromissos”, disse, ao Só Notícias/Agronotícias, o diretor da APROSOJA (Associação dos Produtores de Soja em Mato Grosso), Nadir Sucolloti. Ele calcula que, o aumento no óleo diesel resultou, nos últimos anos, em uma diminuição de R$ 4 a R$ 5 por cada saca de soja.