O protesto dos agricultores cresce cada vez mais e hoje a BR-163 está bloqueada, pelo terceiro dia consecutivo, em Sinop, Sorriso, Lucas do Rio Verde e Sorriso. Em Lucas, desde às 06:00hs, ninguém passa de um lado para o outro. Os produtores ficaram revoltados com a liminar concedida ontem pela Justiça Federal de impedir manifestação na rodovia, bloqueando o tráfego, e decidiram intensificar a interrupção no tráfego, que vinha sendo feito das 08:00 às 10:00hs e das 14:00hs às 17:00hs. Pequenos, médios e grandes produtores aderiram ao movimento por estarem a beira da falência devido aos preços baixíssimos da soja, milho e arroz, derrubados pelo dólar, e as altas taxas de juros cobradas pelos bancos. ” O protesto está fugindo do controle. Cada vez mais produtores trazem máquinas para a pista para aumentar a pressão ao governo. É o recado do agricultor que não suporta mais esta situação. Só queremos trabalhar, pagar nossas contas e sobreviver”, disse um dos coordenadores.
Em Sinop e Sorriso o bloqueio tem sido parcial, restrito só para caminhões carregados com a safra agrícola e insumos. Em Sorriso, o manifesto deve ser intensificado à tarde e a interrupção no tráfego deve ser geral. Hoje, o comércio, prefeitura, repartições públicas de Sorriso (campeão brasileiro em produção de soja) estão fechados em solidariedade aos produtores.
Em Sinop, Sindicato das Indústrias Madeireiras do Norte (Sindusmad) manifestou apoio ao movimento. A CDL – Câmara de Dirigentes Lojistas- é “solidária” ao protesto mas contrária ao fechamento de bancos. Em Sinop, os produtores fecharam 4 agências bancárias ontem, foram concedidas liminares para hoje funcionarem mas os organizadores do protesto continuam em frente ao Banco do Brasil impedindo a entrada de clientes. O clima é tenso. Policiais Militares chegaram há instantes no banco ( foto) para cumprir a decisão judicial e o banco ser aberto.
Em Nova Mutum a BR-163 também está bloqueada parcialmente. Em Diamantino, no Médio-Norte, a BR-364 tem bloqueio parcial. Protestos também são feitos por produtores em Itanhangá que interrompem o tráfego em duas rodovias estaduais de acesso a Lucas do Rio Verde e a Ipiranga do Norte, onde começou o movimento.
A Federação da Agricultura de Mato Grosso -Famato- fez levantamentos e concluiu que o agricultor está tendo prejuído de US$ 200 por hectare. Considerando que Mato Grosso tem uma área de 5,9 milhões de hectares para soja, e considerando preço médio de R$ 16 a saca (baseado no dólar a R$ 2,11) as perdas chegam a R$ 2,5 bilhões.
Os agricultores da região fizeram a Carta do Ipiranga com 14 reivindicações ao governo Lula.
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