Recursos doados pelo Lions Clube auxiliarão o Governo do Estado no atendimento à municípios em situação de emergência. O diretor internacional do Lions, Whady Lacerda, anunciou à secretária de Trabalho, Emprego, Cidadania e Assistência Social, Terezinha Maggi, o valor de US$ 10 mil, que estão à disposição para ser utilizado na compra de remédios, roupas, alimentos, cobertores e colchões.
Em reunião realizada nesta sexta-feira, no gabinete da Setecs, com o superintendente da Defesa Civil do Estado, tenente-coronel-bombeiro, Arilton Azevedo, foi discutida em quais municípios o Lions entraria com o apoio às ações desencadeadas pelo Governo.
De acordo com Arilton, a situação em Barão de Melgaço e em Santo Antônio do Leverger está estável. Nestas duas cidades, já foram doadas 1.160 cestas básicas, 200 colchonetes, 75 caixas com 48 copos de água mineral, 280 cobertores e mais de 200 kg em alimentos como mandioca, cenoura e batata lavada. Além destas doações, o Governo do Estado, sob a liderança da Defesa Civil, realizou ainda atendimentos médico e de assistência social.
Além de Barão e Santo Antônio, o superintendente da Defesa Civil sugeriu ao diretor do Lions que o recurso fosse destinado também para socorrer outras cidades em situação de emergência na região Norte e Noroeste de Mato Grosso. “Estamos com 25 municípios já homologados em situação de calamidade, entre eles Colniza, Paranaíta, Castanheira, Apiacás, Aripuanã, Cotriguaçu, que estão com graves problemas e precisam deste apoio. Vamos destinar recursos também para Cuiabá e Várzea Grande”, destacou o tenente-coronel Arilton.
Segundo o superintendente da Defesa Civil, em Colniza há 30% da população com malária, 5% em situação de desnutrição e 70% desempregada. Estes números foram detectados e averiguados pela equipe do órgão, que está percorrendo todas as cidades que pediram o decreto de Situação de Emergência para a avaliação dos dados informados pelas Prefeituras. O último senso do IBGE indica que há em Colniza 12.970 habitantes, mas a Prefeitura informa que este número está defasado e que a população real é de aproximadamente 40 mil hab.
Em Castanheira, ainda segundo os relatórios da Defesa Civil, há 1.300 casos de desnutrição infantil, 50 de malária e 2.340 pessoas desempregadas. A população no município é de cerca de 7,7 mil habitantes. Outra cidade em que a situação está caótica é Aripuanã, onde já foram detectados 556 casos de malária, 77 de dengue e 32% de índice parasitário anual, quando o aceitável para a cidade é de 2,4%. Em Aripuanã a população total é de aproximadamente 25 mil pessoas (números informados pela Prefeitura. O senso do IBGE, de 2001, indica 18 mil).
“Estas cidades estão localizadas em região de Floresta, por isso nesta época do ano, quando o índice das chuvas aumenta, há um acréscimo de doenças como malária, dengue e diversas ocasionadas pelo consumo de água contaminada, como diarréia e outras. Temos que socorrer estas localidades também, além das cidades de Barão e Santo Antônio”, afirmou o tenente-coronel Arilton.
A secretária Terezinha Maggi frisou que a Setecs está a postos para iniciar o atendimento que for necessário a estas cidades, com doações e disponibilização de equipes de assistentes sociais, como já vem fazendo nos municípios da Baixada Cuiabana assolados pelas enchentes. “Vamos unir forças. O Governo, com o Lions, e com quem mais desejar somar conosco neste mutirão em prol da solidariedade e do socorro emergencial a estas famílias”, destacou a secretária.
O diretor do Lions, Whady Lacerda, aguarda apenas a relação oficial dos medicamentos e demais materiais necessários, que será enviada a ele pela Defesa Civil, para iniciar a compra. “Somos parceiros do Governo em diversas ações de cidadania e de assistência social, mas, principalmente, nas horas de emergência é que devemos somar esforços. Com a arrecadação da Campanha Natal das Crianças, no ano de 2004, conseguimos enviar cestas básicas até para os desabrigados do Tsunami. Em 2005, já deixamos uma reserva justamente por saber que nesta época do ano sempre há enchentes, como esta de agora, e estamos prontos para ajudar no que for preciso”, destacou Lacerda.
Desde que o nível do rio Cuiabá começou a subir em razão do volume de água liberado pelos vertedouros da usina de Manso, no início de março, e pelo aumento das chuvas, que o governo está com uma equipe composta pelas Secretarias de Meio Ambiente, de Saúde, de Educação, de Justiça e Segurança Pública, de Comunicação, de Infra-Estrutura, Casa Civil, Casa Militar e Defesa Civil do Estado pronta para o socorro emergencial às famílias. E este grupo conta ainda com o apoio do Exército Brasileiro, Marinha do Brasil, Cruz Vermelha, Maçonaria e os clubes de serviço Lions e Rotary.