A extradição de João Arcanjo Ribeiro, acusado de chefiar o crime organizado em Mato Grosso, deve acontecer num curto espaço de tempo. A previsão é do juiz federal Julier Sebastião da Silva que esteve, há poucos dias, no Uruguai, conversando com autoridades do Judiciário e do governo uruguaio para serem tomadas as medidas legais para extraditar Arcanjo para Cuiabá.
Para a extradição ser feita ainda é necessário que o Tribunal de Apelação do Uruguai julgue um recurso que pode culminar com a transferência de Arcanjo, que liderava o esquema do jogo do bicho no Estado e tinha factorings que mantinhan negócios com políticos mato-grossenses, caso que também é investigado pelo Ministério Público e a Justiça Federal.
De acordo com Julier, Arcanjo perdeu, há poucos dias, recurso na Suprema Corte do Uruguai para que ele continuasse preso em Montevidéu.
Em novembro passado, Arcanjo concedeu entrevista ao jornalista José Ribamar Trindade, do 24hsnews, onde negou ter sido o mandante do assassinato do empresário Savio Brandão, dono da Folha do Estado, que fazia denúncias e criticas a Arcanjo.
“Não sou santo, mas também não sou o monstro que andam pintado por ai. Não mandei, muito menos matei o empresário Sávio Brandão. Muito pelo contrário, como todos sabem, nós tínhamos uma diferença muito grande devido os ataques que ele fazia contra minha pessoa pelo jornal dele. E eu sabia, que tudo o que acontecesse com ele recairia sobre mim. Por isso eu até rezava para que nada acontecesse. Cheguei até protegê-lo. Também não sei quem mandou matá-lo, se soubesse e tivesse provas, é claro que eu não estaria aqui, agora”.