As negociações entre os 28 presos rebelados na ala laranja e o gabinete que gerencia a crise -formado por PM, Bombeiros, OAB, MP – não avançou neste sábado. Eles ainda não liberaram os três carceireiros que são mantidos reféns desde quinta-feira, por volta das 12:30hs. O grupo rebelado reivindica transferência de alguns presos e que sejam liberdas, nas celas, visitas intimas. A comissão não aceita as reivindicações e os presos permanecem irredutíveis. A polícia apostou hoje num eventual cansaço do grupo e falta de comida para que recuassem e encerrassem o motim. Mas isso não acabou acontecendo. As conversações, neste sábado, foram até às 18:00hs e foram encerradas. Serão retomadas neste domingo de manhã. “Não existe justificativa para transferências. Os que estão rebelados vieram há poucos dias do Carumbé, em Cuiabá. Só que neste presídio as normas de segurança são rígidas. Visitas intimas nas celas também não serão liberadas porque há uma sala no presídio exclusivamente para esta finalidade”, afirmou uma fonte de Só Notícias, que participa das negociações.
Das mais de 20 reivindicações que eles fizeram e que constava em uma carta entregue para a comissão, apenas duas foram atendidas: visita quinzenal da comissão de direitos humanos da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) e que sejam feitos periódicamente exames de corpo de delito nos presos. Alguns alegam estarem sendo espancados.
O presídio delegado Ferrugem, que entrou em funcionamento mês passado, está com 56% de sua capacidade ocupada. Tem capacidade total para 336 vagas e, neste momento, está com190 detentos. Um dos líderes do motim é o detento identificado como Wilson, condenado por homicídio, que foi transferido da capital, onde esteve envolvido em outra rebelião.
Os carceireiros Antonio Carlos Santos, Altair Oliveira e Alexandre Jardim não estariam sendo mal-tratados pelos detentos, embora estejam muito abatidos, de acordo com a fonte de Só Notícias. Do lado de fora do presídio, familiares dos carceireiros vivem momentos de aflição em busca de informações sobre o real estado de saúde deles e ansiosos para que a primeira rebelião no presídio termine logo.
A PM continua com segurançá reforçada no presídio.