A coordenadoria de Fiscalização da Pesca, da Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema), apreendeu 8.287 quilos de pescado ilegal de janeiro até o início da Piracema (1º de novembro). Eram peixes fora de medida ou com marcas de pesca predatória. Durante a Piracema, até 29 de fevereiro, estão proibidas quaisquer tipos de pesca, sendo liberada apenas a de subsistência, desembarcada, para as comunidades ribeirinhas. O descumprimento pode gerar multa de até R$ 100 mil e detenção de até 3 anos.
As equipes de fiscalização da Sema, com o apoio da Polícia Militar, estão desencadeando operações constantes, em todos os rios de Mato Grosso, para coibir este ilícito penal. Durante o feriado prolongado, as equipes estão atuando nos principais pontos de pesca predatória, com operações tanto fluvial, como terrestre.
O coordenador de Fiscalização da Pesca, Marcelo Cardoso explica que o trabalho para combater a pesca ilegal é constante e que a grande dificuldade é que a cada ano os infratores utilizam novos métodos para tentar burlar a fiscalização. Além disso, os grandes criminosos possuem ampla estrutura para atuar, possuindo até rádio comunicadores para avisar quando uma equipe se aproxima.
Em setembro deste ano, por exemplo, foram apreendidos, na região do Pirigara, braço do Rio São Lourenço, 237 quilos de pescado (Caxara e Pintado), mais de 100 armadilhas fixas, duas lanchas e nove carteiras de pescadores profissionais. A equipe teve êxito na operação, pois contou com o apoio de um avião particular cedido para o trabalho.
O monitoramente ao grupo já estava sendo feito há aproximadamente três semanas. Outra equipe já tinha tentado fazer o flagrante. Entretanto, durante o dia, o grupo escondia as estacas (armadilhas fixas) na mata. Outro fator que tornava a operação mais complicada, segundo Cardoso, é que o grupo possuía um amplo sistema de comunicação. Desta forma, qualquer barco que fosse colocado no Porto Cercado, para subir o Rio Pirigara, o grupo de infratores era avisado por meio de rádios. Por isso, a operação contou com um avião particular emprestado à Sema.
A lancha apreendida nesta operação já tinha sido, inclusive, apreendida durante uma outra feita no Rio São Lourenço, em junho deste ano, quando foram apreendidos 730 quilos de pescado, principalmente de pintado, jaú e pacu.
A operação considerada mais importante pela Sema este ano, foi realizada durante o fim da Piracema anterior, quando desarticulou um grupo de atravessadores que atuava na aldeia dos Umutinas (região de Barra do Bugres) que é de responsabilidade federal. Exemplo disso é que dos 1.613 kg de pescado apreendidos em Cuiabá durante a última Piracema, 1.464 kg era provenientes da aldeia Umutina.
A fiscalização da Sema já identificou que uma das novas formas que os pescadores ilegais criaram para tentar burlar a fiscalização é esconder os peixes em uma espécie de saco, feito com telas, onde o pescado é colocado ainda vivo. Os sacos são amarrados em pedras e jogados longe do barranco. O peixe só é retirado do rio quando os atravessadores ligam para os pescadores afirmando que já possuem compradores.
A equipe de fiscalização da Sema já apreendeu, desde o início da Piracema, quase 500 quilos de pescado nestas circunstâncias, no Rio Cuiabá, na região conhecida como Barranqueira.