Os índios da tribo Pavuru libertaram, neste domingo à tarde, a enfermeira Marli Delazari que fazia parte do grupo de 12 servidores da Funasa retidos, desde quinta-feira à tarde, na aldeia que fica no Parque Nacional do Xingú. Os índios, conforme Só Notícias informou em primeira mão, estão irritados com a superintendência regional da Fundação Nacional de Saúde em Mato Grosso, que exonerou o coordenador da unidade em Canarana, Jamir Ferreira – muito ligado as várias tribos no Xingú. A enfermeira reside em Sinop e foi liberada para prestar assistência a um índio que está doente e precisava ser hospitalizado. De avião, eles chegaram em Sinop, no final da tarde, e Marli concedeu entrevista exclusiva ao Só Notícias. Funcionária da Unisesp ( Universidade de São Paulo) e cedida para a Funasa, através de convênio, Marli é casada, tem dois filhos e trabalha há um ano na Casa do Índio em Sinop.
“Estávamos reunidos, discutindo o plano distrital de saúde, quando os líderes indígenas anunciaram que ficaríamos retidos até que um coordenador estadual e um diretor fosse lá para conversar e ouvir as reivindicações. Eu e os demais colegas ficamos na casa de equipe da Funasa, na aldeia. Não houve agressão e fomos bem tratados e podíamos circular na aldeia, mas ficamos retidos. Devido ao estado de saúde deste índio e da necessidade em reforçar os contatos com direção da Funasa, eles resolveram me liberar com o compromisso de retornar na 4ªfeira”, relatou a enfermeira. “Se a direção da Funasa não for até a aldeia e dialogar com os líderes indígenas a situação pode ficar mais preocupante”, disse, apreensiva.
Só Notícias apurou que o coordenador estadual da Funasa, Marco Antonio Santangerlin, ainda não manteve contato com índios e está sendo criticado por familiares dos funcionários que estão retidos pela demora. Ele está em Cuiabá e outros servidores estão intermediando as conversações. Na sexta-feira à tarde, Santangerlin disse que tomou conhecimento que os Pavuru não liberam a saída dos servidores através de Só Notícias e explicou que a mudança de chefe da unidade de Canarana foi técnica. Ele assumiu há 90 dias e está montando sua equipe. O coordenador não admitiu se cederá as pressões dos caciques para que Jamir Ferreira reassuma o cargo.
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