Oito empresários, engenheiros e técnicos da Secretaria do Estado de Meio Ambiente (Sema) foram denunciados pelo Ministério Público, ontem, sob acusação de fraudes no sistema de Cadastro de Consumidores de Produtos Florestais(CC-SEMA).
De acordo com a promotora Ana Luiza Peterlini de Souza, o esquema funcionava com a inserção de falsos créditos florestais no sistema que, na seqüência, eram comercializados com determinadas madeireiras e utilizados para dar suporte ao comércio clandestino de madeira extraída ilegalmente da floresta mato-grossenses.
Segundo ela, estima-se que 188.439,37 metros cúbicos de créditos florestais fictícios foram inseridos indevidamente no CC-SEMA, mediante pagamento indevido ao grupo. “A trama criminosa apurada nestes autos identificou a formação de uma quadrilha organizada composta por todos os denunciados que, em comunhão de vontade e desígnios entre eles, associaram-se com a intenção de praticar crimes contra a administração pública e o meio ambiente”, cita a denúncia
Para inserir os dados, um servidor da Sema investigado receberia R$ 10 mil. Também teria recebido três veículos e uma caminhonete, além de dinheiro e cheques.
As negociações eram feitas em Cuiabá, no escritório de um dos denunciados, e em hotéis e shoppings. As empresas envolvidas ficam em Sinop e Juína.