A fraude no Cadastro de Consumidores de Produtos Florestais (CC-Sema), praticada pela quadrilha desarticulada na operação ‘Caça Fantasma’, foi descoberta por meio de uma vistoria que é feita de forma rotineira no sistema pela própria Secretaria do Estado do Meio Ambiente. O supervisor de Transportes de Serviços Florestais do CC-Sema, Alex Sandro Marega, ressalta que ao ser verificado um lançamento de crédito ilegal de madeira, o caso foi imediatamente encaminhado para a Delegacia do Meio Ambiente (Dema), que deflagrou a operação cerca de 15 dias após receber os dados.
Do total de créditos fictícios inserido no sistema, a quadrilha conseguiu utilizar apenas 4,7%. Com a descoberta da fraude pela Sema, que encaminhou a denúncia à Dema no dia 14 de setembro, o restante de crédito inserido de maneira criminosa (95,3%) foi rastreado e suspenso.
No último sábado foi presa mais uma pessoa, acusada de participação no esquema de inserção de créditos fictícios no CC-Sema, que confirmou o envolvimento. Ele era um estagiário da Sema e já está desligado do órgão. Seu contrato de estágio venceu no final de setembro e não foi renovado.
O delegado Gianmarco Pacolla, da Dema, explicou que o ex-estagiário do órgão ambiental conseguiu “subtrair” uma senha do CC-Sema e a repassou para a quadrilha. Ele está preso preventivamente. As outras seis pessoas detidas há uma semana, durante a primeira etapa da operação Caça Fantasma, tiveram a prisão preventiva decretada no sábado.
O esquema da quadrilha consistia em inserir créditos fictícios no sistema, por meio da senha subtraída.
O supervisor de Transporte do CC-Sema enfatiza que o sistema mantém registrado em seu banco de dados todas as operações legais e ilegais que venham a ser realizadas. Estes dados podem ser utilizados, inclusive, como provas dentro de processos investigatórios, o que de fato vem acontecendo. O Ministério Público e o Juizado Volante Ambiental possuem, inclusive, acesso direto ao sistema.
Esta é a segunda operação deflagrada pela Polícia Civil este ano que teve início com informações repassadas pela Sema. A outra operação foi a Guilhotina, deflagrada em julho deste ano. Esta teve início com uma investigação feita pela Sema, que encontrou indícios de irregularidades em Planos de Manejos Florestais Sustentáveis e Projetos de Exploração Florestal.