Foi prorrogado até sexta-feira, o prazo para a apresentação da tese e testemunhas de defesa dos controladores de vôos indiciados no processo do acidente envolvendo o boeing da Gol, em setembro passado, na região Norte de Mato Grosso. A prorrogação foi determinada pelo juiz federal de Sinop, Murilo Mendes, devido o pedido de impugnação a alguns itens do interrogatório dos envolvidos, realizado mês passado em Sinop, que foi gravado e transcrito.
Somente após o recebimento da tese da defesa, o juiz Murilo Mendes dará prosseguimento ao processo, marcando as oitivas de testemunhas e outras diligências que forem solicitadas, para dar a sentença final, apontando os culpados pelo acidente, o segundo maior da aviação brasileira, que deixou 154 mortos.
Os advogados dos pilotos do jato Legacy Joseph Lepore e Jan Paladino – também apontados como culpados pela queda –, já apresentaram a tese de defesa e arrolaram cinco testemunhas para cada, sendo a maioria dos EUA. O Ministério Público Federal também apresentou apenas duas testemunhas, sendo um supervisor de controle aéreo e um passageiro do jato Legacy.
Os controladores Jomarcelo Fernandes dos Santos, Lucivando Tibúrcio de Alencar, Leandro José Santos de Barros e Felipe Santos dos Reis, foram ouvidos em Sinop. Eles trabalhavam no Cindacta 1, em Brasília, no dia do acidente, e foram acusados pelo Ministério Público Federal de terem colaborado para a colisão entre o boeing e o Legacy, que, conforme denúncia do MPF, voava em altitude errada e com o transponder desligado.
Os pilotos Joseph Lepore e Jan Paladino não compareceram na audiência e o juiz determinou que o processo siga à revelia. Todos são acusados por atentado à segurança de aeronaves, crime culposo (quando não há intenção). Somente o controlador Jomarcelo Fernandes dos Santos responde por crime doloso (quando há intenção).