PUBLICIDADE

MPF move ação contra Incra e invasores de assentamento rural em Mato Grosso

PUBLICIDADE

A invasão de lotes em um assentamento rural no município de Nobres, a 140 km de Cuiabá, está sendo objeto de uma Ação Civil Pública do Ministério Público Federal contra o Incra e outras cinco pessoas, entre elas, os proprietários de uma rede de drogarias com sede em Várzea Grande.

Desde o ano passado, o Ministério Público apura os relatos de invasão de terra no assentamento Coqueiral Quebó, localizado na Vila Bom Jardim, em Nobres. À mando de dois empresários – que supostamente teriam comprado terras – lotes no assentamento foram invadidos e cercados, impedindo o acesso dos outros moradores às fontes de água que abastecem a localidade.

Os moradores do assentamento também relataram ao Ministério Público Federal que foram ameaçados de morte e que parte das terras invadidas foi vendida para um fazendeiro conhecido como ‘Paulão’.

Os relatos dos moradores do assentamento foram confirmados por técnicos do Incra, que visitaram o assentamento Coqueiral Quebó e identificaram também que alguns marcos dos lotes haviam sido arrancados. Em janeiro, o Incra expediu notificações para que os empresários prestassem esclarecimentos sobre suas participações na comercialização de lotes, mas não obteve resposta.

Eles também foram procurados diversas vezes pelo Incra e pelo Departamento de Polícia Federal, mas esquivaram-se e as intimições tiveram que ser entregues ao gerente de uma das drogarias.

Na ação, o MPF também relata o desmatamento de áreas de preservação permanente. “Os invasores não se limitaram a ocupar as terras, destruir as cercas, aniquilar plantações, isolar os acessos às fontes de água e desdenhar das autoridades. É que a ganância dos esbulhadores ainda os compleiu a devastar a flora no assentamento, especialmente nas proximidades do rio Cuiabazinho e córrego Quebozinho”.

Com relação ao Incra, o MPF argumentou que a autarquia foi omissa e que nada fez de concreto para sanar a situação no assentamento, limitando-se a elaborar relatórios com base em pelo menos quatro vistorias feitas no local.

A justificativa dada pelo superintendente regional no Incra, de que faltavam recursos, foi considerada descabida pelo procurador. “O quadro ora delineado retrata verdadeira negligência do Incra em repelir ilícitos que menoscabam o programa nacional de reforma agrária em Mato Grosso, notadamente porque agentes da autarquia estiveram no local dos fatos e constataram as irregularidades e, inexplicavelmente, limitaram-se a isso, a constatar”, argumentou o procurador.

Na ação, o Ministério Público Federal pede que os empresários e os funcionários deles, e um fazendeiro conhecido como ‘Paulão’, desocupem imediatamente as terras invadidas, abandonando eventuais benfeitorias, sob pena de multa diária de dez mil reais e apresentem, num prazo de vinte dias, um plano de recuperação da área degradada pelo desmatamento ilegal, a ser aprovado pelo Ibama. O MPF também pede que eles sejam condenados solidariamente ao pagamento de indenização de cem mil reais por danos morais coletivos.

Ao Incra, o procurador pede que a Justiça determine o início de uma vistoria completa no projeto de assentamento para apurar outros casos de invasão e que adote medidas administrativas para impedir as irregularidades porventura destectadas, num prazo de trinta dias, também sob pena de 10 mil reais diários.

PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE

Mais notícias
Relacionadas

Carreta e caminhão colidem na 163 em Sorriso; um ferido

O acidente envolvendo um Iveco Daily 3510 branco e...

Detran-MT registra em 6 anos mais de 1 mil operações contra infrações no trânsito

O Departamento Estadual de Trânsito realizou, desde o início...
PUBLICIDADE