A diretoria eleita do Sindicato dos Jornalistas de Mato Grosso (Sindjor) divulgou nota de repúdio, hoje, para rechaçando a “coação absurda” praticada por fazendeiros e autoridades políticas de Juína, interior de Mato Grosso, contra um grupo de ambientalistas do Greenpeace e da Opan que acompanhava jornalistas franceses ao município. Eis a íntegra da nota assinada pela jornalista Keka Werneck, presidente eleita do sindicato.
“Afinal, Juína é uma terra sem lei? O objetivo do grupo que esteve na região no dia 19 de agosto foi retratar a redução do desmatamento e a vida da etnia indígena Enawene Nawe que habita na localidade. Mas foram mantidos como reféns, encarcerados por 6 horas dentro da Câmara Municipal da cidade e interrogados como se fossem bandidos, só porque trabalham de uma forma que contraria o poder econômico dos que se acham donos da região. Acabaram sendo “expulsos” de Juína, debaixo do buzinaço de dezenas de caminhonetes, escoltados por policiais. O caso ganhou repercussão internacional.
Devido à omissão do Estado, o interior de Mato Grosso tem feito jus à pecha de faroeste caboclo que lhe imputaram há anos e que atinge não só aos que sustentam este título, mas também a milhares de moradores honestos e pacíficos, que não coadunam com qualquer tipo de violência física, moral e econômica.
O fato ocorrido em Juína extrapolou as chamadas questões ambientais, os
“poderosos” do local cometeram crime contra a liberdade de imprensa,
direitos civis, ideológicos, políticos e sociais, dentre os quais integram
os direitos do homem. Por acreditar na justiça, a diretoria eleita do Sindjor espera
que as autoridades competentes tomem as devidas providências”.