O procurador do Ministério Público Federal do Mato Grosso (MPF-MT), Mario Lucio Avelar, pediu, na última sexta-feira, à Polícia Federal, abertura de inquérito para ouvir a denúncia do Greenpeace e da organização indigenista Operação Amazônia Nativa (Opan) pelas ameaças e expulsão que o grupo sofreu nos dias 20 e 21 de agosto, por fazendeiros da região de Juina.
“Pedimos para a Polícia Federal ouvir os envolvidos e verificar o fato. Na próxima semana, iremos tomar mais providências”, afirmou Mario Lucio Avelar. O Greenpeace fez uma representação ao procurador no dia 23 de agosto, quando entregaram uma fita de vídeo com imagens das ameaças.
O grupo (composto por ativistas do Greenpeace, dois jornalistas franceses, Elza Guiol e Eric Dessons, do Le Jounal du Dimanche, e membros da Opan) teria pretendido sobrevoar a região para realizar matérias sobre a diminuição do desmatamento da área e conhecer os costumes dos povos indígenas Enawene Nawe.
Segundo a Opan, o grupo teria sido confundido por uma equipe de trabalho da Fundação Nacional do Índio (Funai), que faria um laudo sobre a revisão da demarcação da terra indígena, onde existe ocupação de fazendeiros.
Os ativistas teriam sido abordados no hotel e encaminhados para uma audiência na Câmara Municipal de Juína, onde teria sido decidido que eles não deveriam fazer matéria na região do Rio Preto, que é alvo de disputa entre fazendeiros e índios.