Várias ações voltadas para a ressocialização nas comarcas foram realizadas esta semana, por determinação da Corregedoria Geral da Justiça de Mato Grosso. O desembargador Orlando de Almeida Perri sugeriu aos magistrados que mobilizassem as comunidades locais com o tema “Reconstruir Cidadania”.
A proposta é de envolver os juízes, os servidores, autoridades municipais e a população em geral em projetos voltados para a reinserção social. Grande parte da população não conhece a realidade das cadeias públicas da cidade onde mora.
Em Sorriso foram desenvolvidas várias atividades. A juíza Débora Caldas inaugurou as novas dependências da oficina de artesanato e o fez o lançamento oficial da construção da “Ala Renascer”, para abrigar reeducandos do projeto ‘drogas, problema seu, meu, nosso’. Foram oferecidos também cortes de cabelo, mini-cursos de culinária para as reeducandas e palestras.
Em Querência, na segunda-feira, foi criado o Conselho da Comunidade, com integrantes da sociedade organizada e instituições, para atuar junto aos réus presos. De acordo com o juiz Anderson Cadiotto, eles vão providenciar cursos de qualificação profissional e outras atividades. Hoje o município tem uma grande demanda de mão-de-obra no setor agrícola.
Em Mirassol d’Oeste haverá uma série de atividades até a próxima sexta-feira. Mas, o juiz Émerson Luiz Pereira Cajango já comemora os frutos da atuação do poder judiciário na comarca. Há quatro anos são realizados trabalhos de ressocialização na cadeia pública. Desde então, não houve mais rebeliões. Alguns reeducandos do regime semi-aberto trabalham num frigorífico da cidade, outros prestam serviços junto à comunidade como reforma de escolas e praças, limpeza de pátios públicos e na fábrica de manilha.
Em Barra do Bugres a semana começou com exposição de artesanatos produzidos pelos reeducandos na Praça Ângelo Masson, no centro da cidade. A juíza Ana Paula da Veiga Carlota Miranda promoveu uma campanha de arrecadação de livros e revistas para o projeto de alfabetização dentro do sistema prisional.
Em Primavera do Leste, as ações serão amanhã. O juiz Luis Otávio Pereira Marques, vai fazer um levantamento do número de dependentes químicos para encaminhar ao Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) do município. Vai ser criada também uma biblioteca para os reeducandos e um projeto de alfabetização aos que não sabem ler e nem escrever.
Em Rondonópolis, uma das estratégias montadas no Fórum foram palestras ministradas pelos próprios reeducandos da Penitenciária da Mata Grande e da Cadeia Pública. De acordo com o juiz da Vara de Execuções Penais da Comarca, Edson Pereira da Costa, a intenção era envolver a sociedade no projeto. Um dos reeducandos sugeriu um slogan da campanha no município: “Ressocializar e Reconstruir: Ajude-me a Recomeçar”.
Em Santo Antônio do Leverger os reeducandos participaram de um grande torneio de futebol como forma de confraternização na última terça-feira (28 de agosto). O juiz Lídio Modesto Filho explicou que o evento é resultado da ação conjunta entre o Poder Judiciário e o Presídio Militar de Santo Antônio.