Está previsto para ocorrer no segundo semestre, o julgamento de 14 dos 21 acusados da “Chacina de Matupá”, ocorrida em 1990. Osvaldo José Bachmann e os irmãos Arci e Ivanir Garcia dos Santos foram queimados vivos em Matupá após cometerem um roubo. O juiz da comarca de Matupá, Thiago Souza, determinou na semana passada que os denunciados (acusados formalmente) ofereçam contrariedade ao libelo-crime acusatório no prazo legal de cinco dias, oportunidade em qual poderão arrolar testemunhas para serem ouvidas em plenário.
O libelo-crime é a exposição do fato criminoso e das circunstâncias em que foi praticado. Esse é um dos últimos procedimentos jurídicos adotados antes que a data do julgamento seja marcada.Com a implantação de uma comarca em Matupá o processo que transitava em Peixoto de Azevedo foi transferido para o local do crime.
O Ministério Público Estadual (MPE) por entender que o julgamento seria prejudicado se realizado na região tentou o desaforamento (transferência) do processo para Cuiabá, Sinop ou Colíder, mas o pedido foi negado pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso em fevereiro passado, segundo A Gazeta.
Foram denunciados políticos, empresários e policiais militares da cidade. A morte dos assaltantes ainda hoje gera polêmica pois foi cometido por um grupo tido como respeitáveis da cidade, como um vereador, padeiros, comerciantes. O julgamento somente será possível por causa de uma gravação de 56 minutos, feita pelo cinegrafista amador, Lino José Durrewald, em que mostra os acertos para o triplo assassinato, com a conivência de autoridades locais. O grotesco vídeo rodou o mundo após ser encaminhado às mãos do presidente do Centro de Direitos Humanos Henrique Trindade (CDHHT), padre José Tencate (já falecido). Posteriormente, a fita VHS foi para o Movimento Nacional de Defesa aos Direitos Humanos e Ministério da Justiça.
Os três homens foram queimados vivos em Matupá em 1990 e o crime ganhou projeção internacional. Eles haviam tomado a família do garimpeiro Carlos Mazzoneto como refém em um assalto.