Em sua primeira ação este ano em Mato Grosso, o Grupo Especial Móvel de Fiscalização, do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) libertou 10 trabalhadores, entre eles uma mulher, em uma fazenda de gado, e, Vila Rica, reincidente na prática de utilizar mão-de-obra análoga à de escravo.
Em 2002, o mesmo proprietário foi flagrado mantendo 110 trabalhadores em condições degradantes em sua propriedade. Como o ano foi anterior à criação do Cadastro de Empregadores (2004) – conhecido como lista suja -, o seu nome não foi cadastrado para sofrer sanções, agora comuns, como o bloqueio de empréstimos em bancos públicos e privados.
Os dez trabalhadores foram encontrados em situação absolutamente degradante. Mesmo dormindo em barracões de madeira, a situação era precária. Não havia água potável, energia elétrica e sequer instalações sanitárias. No local, foram encontrados o fogão e um botijão de gás, o que colocava visivelmente a vida dos trabalhadores em risco.
Uma vez por mês os trabalhadores eram levados, em transporte inadequado, para fazer compras em uma venda no povoado mais próximo, a 15 quilômetros da fazenda. Para comer carne nos outros dias do mês, eles fritavam e armazenavam o alimento em panelas com gordura.
A mão-de-obra escrava era utilizada no roço do pasto, levantamento de cercas e aplicação de agrotóxicos. Todas as atividades sem os Equipamentos de Proteção Individual (EPI). Os trabalhadores foram retirados da fazenda e estão em um hotel em Vila Rica. A maioria dos resgatados é do Maranhão, mas há algum tempo já estavam na região, para onde foram por conta própria a procura de trabalho.
O valor das indenizações foi estimado em R$ 30 mil.