Um ano e cinco dias depois da tragédia que ceifou a vida de três servidores da Universidade Federal de Mato Grosso – campus de Rondonópolis, o principal acusado das execuções, o lavador de carros Jaeder Silveira dos Santos vai enfrentar o júri popular, na terça-feira, dia 2, na Câmara de Vereadores. A previsão é que o julgamento dure mais de 12 horas.
A então pró-reitora Soraiha Miranda de Lima, o prefeito do Campus Luís Mauro Pires Russo e o professor Alessandro Luís Fraga foram mortos friamente no final da noite de 27 de novembro de 2007, numa emboscada na Alameda das Dálias, no Bairro Colina Verde.
O processo que apura o caso identificou e aponta o servidor da própria Universidade – Jorge Luiz Tabory -, como sendo o mandante dos crimes e, Jaeder Silveira como o pistoleiro contratado para matar os servidores, por motivos supostamente relacionados às funções públicas desempenhadas no âmbito da UFMT.
O processo de Jorge Tabory foi desmembrado pela justiça e se encontra em fase recursal, por isso não irá a julgamento nesse momento.
De acordo com informações repassadas à reportagem pelo advogado dativo do réu, Wilson Lopes, o processo tem 16 volumes e cerca de 3.489 páginas.
Seguindo os trâmites normais de uma sessão de julgamento dessa natureza (crime contra a vida), na terça-feira (2), por volta das 9h, o presidente do Tribunal Federal do Júri Popular, juiz federal Francisco Alexandre Ribeiro, deverá abrir a sessão e proceder a formação do Conselho de Sentença, ato que deverá consumir cerca de duas horas.
Após esse ato, haverá pausa de uma hora para o almoço. Posteriormente, o magistrado deverá abrir a sessão de instrução e oitivas, quando então irá ouvir as testemunhas de acusação e defesa, bem como o réu, o que se espera que consuma cerca de mais duas horas.
A partir daí, iniciam-se os debates, que com pedidos de réplica e tréplicas, tanto da defensoria, quanto do Ministério Público Federal, que deverão durar cerca de mais seis horas, sendo: 1h30 para as apresentações das teses de cada parte, mais 1h30 para a réplica de cada um e mais 1h30 para a tréplica.
Nesse momento haverá uma pausa para lanche, e após esse intervalo, o juiz deve disponibilizar cerca de uma hora para a votação das teses pelo Conselho de Sentença. De posse do resultado, cerca de mais uma hora depois, o juiz proferirá a sentença.
De acordo com o defensor dativo do réu, cerca de dez testemunhas foram arroladas no processo, sendo cinco de cada lado: defesa e acusação.
Pelos cálculos do advogado, o julgamento deve se estender até as 22h.