Onze trabalhadores escravos foram resgatados da fazenda Nova Bandeirantes, em Juara, por fiscais do Ministério do Trabalho. Entre eles estava um menor de 15 anos. Todos estavam alojados em ambientes insalubres e em condições precárias de higiene. Eles faziam a abertura da fazenda e estavam empregados na formação do pasto e construção de cercas. As ferramentas, equipamentos de proteção individual e comida eram vendidas pelo empregador que descontava o valor no salário dos funcionários. Este é o segundo caso de trabalho escravo em Mato Grosso em menos de uma semana. Na quarta-feira (29), 69 pessoas foram resgatadas em uma fazenda no município de Tapurah.
A fiscal do Ministério, Renata Vieira, disse que nos barracões destinados ao repouso, o chão era de terra batida e era coberto por lona. Não tinham camas e os trabalhadores improvisavam com galhos e troncos de madeira, as populares tarimbas, o espaço para dormir. A água para beber era retirada de um poço e estava cheio de girinos (sapos).
Os alimentos eram preparados pelos trabalhadores. Eles não tinham como anotar a quantidade de produtos que recebiam, então guardavam os sacos plásticos e embalagens para levar no dia do acerto salarial.
A média de pagamento por funcionário era de R$ 600, mas nunca o valor era pago na totalidade, porque eram feitos os descontos e muitos ficavam devendo para o fazendeiro.
A fiscal explica que os trabalhadores não eram mantidos como reféns, porém tinham dificuldades para sair do local. As estradas estão em péssimas condições e o povoado mais próximo fica a 20 km.
O proprietário pagou R$ 56,8 mil em verbas rescisórias e R$100 mil de danos coletivos.