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Polícia diz que medida para gerenciar crise funcionou em assalto a banco ontem em MT

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Salvar vidas e preservar a lei. São propostas fundamentais do gerenciamento de crise. Os pontos foram observados nesta quinta-feira na negociação com os assaltantes da agência do Banco do Brasil, na avenida da FEB, em Várzea Grande. As negociações com os quatros assaltantes foram realizadas pela Polícia Judiciária Civil sob o comando dos delegados Antônio Carlos Garcia Matos e Luciano Inácio Silva e apoio da Polícia Militar.

A negociação que durou cerca de duas horas, libertou todos os onze reféns e levou para a prisão os quatros assaltantes identificados como Jorge Henrique Teixeira Mendes, 22, Valdeci Nascimento Almeida, 22, Érico Sebastião da Silva Moraes, 30, Kenner Alailson Marques Ferreira, 22. Três deles têm várias passagens pela polícia por crimes como assaltos à mão armada, tráfico de drogas, furto e lesão corporal.

Numa situação de tensão, o primeiro passo é definir o que realmente está acontecendo e depois estabelecer uma relação de confiabilidade entre o negociador e o bandido. “O negociador não tem o poder de decisão, quem decide é o gabinete de gerenciamento de crise, montado em situações de risco como assaltos com reféns. Ele é apenas um interlocutor”, disse Garcia.

Segundo o delegado, ao manter o primeiro contato via telefone com os assaltantes que estavam na agência, eles admitiram que “perderam”. “A partir daí era só manter a negociação para libertar os reféns”, salienta. “Foi uma crise momentânea que logo estava contida”, acrescentou Garcia.

Entres as reivindicações, os bandidos pediram a presença da imprensa, da presidente da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil, Betsey Polistchuck de Miranda e que o flagrante fosse lavrado no Centro Integrado de Segurança e Cidadania (Cisc) do Verdão. Os pedidos foram negociados e atendidos com condição de libertar os onze reféns, os quais foram liberados aos poucos. Ninguém se feriu.

O Centro Integrado de Operações de Segurança Pública (Ciosp) manteve durante todo o tempo contato com o delegado, munindo-o de informações sobre os assaltantes. A contenção da área foi realizada por policiais do Grupo de Operações Especiais (GOE) e pelo Grupo do Combate ao Crime Organizado (GCCO) da Polícia Judiciária Civil, por policiais militares do 1º e 3º Batalhão e do Batalhão de Operações Especiais (Bope).

O GCCO é um grupo especializado na repressão a roubos a bancos da Polícia Civil.

A formalização das prisões em flagrantes foi realizada pelo delegado Luciano Inácio da Silva, da Gerência de Repressão e Investigações Especiais (GRSIE), no Cisc Verdão. Os quatros assaltantes, testemunhas e algumas vítimas foram ouvidos na noite de quinta-feira (11). Na manhã desta sexta-feira (12.09) o proprietário da empresa responsável pela vigilância na agência e a dona do veículo Celta branco, usado para dar apoio aos bandidos, foram ouvidos na delegacia. O carro foi roubado na quarta-feira (10.09). Há suspeita que pelo menos uma pessoa dava apoio por fora.

“Eles se diferem um pouco de outros bandidos porque planejaram o roubo, usando até uniformes de uma empresa de segurança”, disse o delegado.

Na próxima semana, funcionários da agência que ficaram em poder dos assaltantes, testemunhas e o proprietário da empresa de segurança e transporte de valores Prossegur, serão ouvidos.

Com os bandidos foram apreendidos 04 revolveres calibre 38, 20 projeteis do mesmo calibre, 4 camisas de uma empresa de segurança, quatro bonés, três óculos escuros, um aparelho de celular, uma peruca e três capas de colete. A polícia também localizou o veículo Celta, que estava caracterizado com o nome de uma empresa de transporte de valores. O carro foi abandonado no bairro Construmat, em Várzea Grande.

Os quatros criminosos foram indiciados por tentativa roubo, restrição de liberdade das vítimas, porte ilegal de arma fogo e associação para o crime. Os assaltantes, após exame de corpo de delito, foram encaminhados para o Centro de Ressocialização do Carumbé (CRC).

O assaltante Kenner Alailson Marques Ferreira, 22, tem cinco passagens na polícia pela prática de crimes como assalto, tráfico de drogas e furto. Valdeci Nascimento Almeida responde por roubo, tráfico de entorpecentes, corrupção passiva e lesão corporal. Jorge Henrique Teixeira Mendes já foi indiciado por tráfico, furto e roubo.

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