Reeducação comportamental a partir da mudança de mentalidade. Esse é o objetivo do Projeto Metanóia, que será implantado amanhã, no Centro de Ressocialização em Sorriso,. O projeto será implementado de maneira integrada à filosofia de recuperação daqueles que transgrediram normas penais, desenvolvida pela juíza Débora Roberta Pain Caldas e pelo Conselho da Comunidade local, com a execução de um pastor evangélico.
Às quartas-feiras pela manhã, por uma hora e meia, haverá encontros com a mediação do pastor José Bezerra de Oliveira Neto, utilizará filmes, músicas e datashow para trabalhar os temas abordados, sempre de forma interativa. O primeiro encontro será amanhã.
A magistrada afirmou que o “Metanóia” será desenvolvido nessa primeira fase, de forma experimental. Ao todo, serão 17 encontros e, ao final, será avaliado o resultado da iniciativa para que sejam traçados os novos rumos do projeto. Para garantir a segurança dos encontros, a Polícia Militar entrou como parceira na ação e vai disponibilizar reforço nos dias dos encontros.
De acordo com a juíza Débora Caldas, o projeto não tem cunho religioso e o pastor será o desencadeador das ações por deter conhecimento sobre o assunto. “Qualquer reeducando, independente da religião, poderá participar, independente da pena”, esclareceu. “Nossa proposta é dar oportunidade para os reeducandos pensarem o sentido de suas atitudes. Queremos, especificamente, mudar a mentalidade deles, para que quando eles retornarem ao seio social, possam seguir os caminhos do emprego e da família, e ter uma existência digna”, observou a magistrada.
“Metanóia” é uma palavra de origem grega, que significa arrependimento, transformação, conversão tanto espiritual, bem como intelectual, como mudança de direção e mudança de mente. Neste sentido, o nome escolhido contempla diretamente a meta do projeto, que é a mudança de atitudes, temperamentos, caráter trabalhado e evoluído.
As ações que buscam a ressocialização dos 178 reeducandos do Centro de Ressocialização de Sorriso já fazem parte da rotina do dia-a-dia dos apenados. A Comarca, em parceria com o Conselho da Comunidade e a direção da unidade prisional, trabalha de forma contínua para que os egressos do sistema prisional possam ser inseridos novamente na sociedade como cidadãos produtivos. Para atingir esse objetivo, atividades que oferecem formação profissional são desenvolvidas na unidade prisional, como a fábrica de cadeira de rodas do projeto “liberdade sobre rodas”, a horta que fornece alimentos para a comunidade e oficinas de artesanatos.