O atendimento no setor de Divisão de Ordenamento de Estrutura Fundiária do Incra foi suspenso na quarta-feira e deve permanecer parada por pelo menos 7 dias. A decisão foi tomada em consequência da operação Dupla Face, quando 14 servidores do instituto foram presos acusados de receberem propina para dar agilidade ao andamento principalmente aos processos de Certificação de Imóveis Rurais.
A assessoria de imprensa do Incra informou ainda que será necessário que novos servidores sejam deslocados para o setor, devido as prisões, e que a previsão é que na próxima semana a atividade seja retomada. Além disso, cerca de 40 processos foram levados pela Polícia Federal no momento do cumprimento do mandado de busca e apreensão. Segundo a assessoria, a administração do órgão já solicitou cópia dos procedimentos investigatórias para tomar as providências administrativas cabíveis.
Entenda o caso – A operação Dupla Face foi deflagrada no dia 12 e resultou na prisão de 32 pessoas e indiciamento de aproximadamente 60 pelos crimes de formação de quadrilha, corrupção ativa e passiva. Duas pessoas continuam foragidas. Dos 34 mandados de prisão, 15 são contra servidores do Incra, 3 contra servidores da Receita Federal e 16 contra despachantes.
No Incra o grupo é acusado de atuar nos processos de Certificação de Imóveis Rurais. Os funcionários supostamente criavam empecilhos para os processos tramitarem. Os despachantes cooptavam proprietários, que acabavam pagando propina aos servidores, que ia de R$ 100 a R$ 30 mil, para que o processo tivesse andamento.
No esquema descoberto na Receita Federal, um despachante também pagava propina aos servidores do posto de Diamantino.
Outro lado – A reportagem não conseguiu falar com o delegado responsável pelo inquérito, Luciano Salgado.