O promotor e o delegado que conduzem a investigação sobre a queda do Airbus A320 da TAM, ocorrida há um ano, afirmaram hoje que não está descartada a possibilidade de os responsáveis pelo acidente responderem pelos crimes de homicídio e lesão corporal com dolo eventual (quando o agente assume o risco de produzir o resultado).
Os dois participaram hoje de uma reunião, em São Paulo, com parentes das vítimas do acidente, para presentar um balanço sobre o inquérito. Sete pessoas devem ser citadas como responsáveis pelo acidente. De acordo com o delegado da Polícia Civil de São Paulo Antônio Barbosa, o inquérito dobre o caso está quase pronto e até agora há provas para o indiciamento somente por homicídio e lesão corporal culposos (sem intenção).
Porém, ele afirmou que a fase final da investigação pode trazer à tona novos indícios, que poderão mudar a culpabilidade dos responsáveis pelo acidente.
Segundo o promotor Mário Luiz Sabugo, do Ministério Público de São Paulo, se houver alguma dúvida sobre o dolo eventual dos indiciados, eles devem ser denunciados como se tivessem assumido o risco pelo acidente.
“Se houver qualquer dúvida, essa dúvida será a favor da sociedade”, disse Sabugo. Para os familiares das vítimas, o dolo eventual seria a melhor forma de indiciamento, porque possibilitaria uma punição mais severa para os responsáveis pelo acidente.