O Comando da Polícia Militar de Sorriso aguarda a Justiça definir quais procedimentos serão adotados para retirada de famílias que estão na Fazenda Santa Rosa 1, a cerca de 120km do município. A primeira tentativa de desocupação foi realizada na segunda-feira, mas acabou frustada devido ao efetivo insuficiente.
O comandante da PM, tenente coronel Nerci Adriano Denardi, explica que um estudo de situação foi realizado antes da ação e apontou que apenas 27 famílias deveriam deixar o local. Entretanto, quando os policiais chegaram se depararam com pelo menos 300 – algumas ligadas ao Movimento dos Sem Terra, que supostamente, não possuiam ligação com o episódio. Houve resistência, mas a polícia retirou-se da área e expôs a situação ao Judiciário.
“Todos os preceitos legais para não haver violência nós tomamos. Ao chegarmos no local o cenário mostrou-se diferente. Negociamos a retirada pacífica”, declarou Denardi, ao Só Notícias. Por enquanto, não há definição de quais medidas devem ser estabelecidas para que a PM cumpra a ordem.
Uma das que poderiam ser implementadas seria o aumento do efetivo policial, mas não houve confirmação de quando a PM deve retornar à fazenda Santa Rosa. A alegação seria que as famílias estariam na área indevidamente há cerca de 8 anos.
Em entrevista a Só Notícias, o presidente da Associação Trabalhadores Rurais Sesmaria Mata Cavalo, Antonio Claudio Fransiscato, disse que continuarão resistindo a nova tentativa policial de retirá-los. Declarou que as pessoas aguardam decisão do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), desde 1998, para resolver o impasse.
Ele reclama do descaso do governo e disse que mesmo o órgão tendo apontado a área como própria para assentamento, classificando-a como improdutiva, a Justiça tenta a retirada das famílias.