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Campanha de adoção e apadrinhamento se espande para comarcas

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Conscientizar a sociedade para despertar o interesse pela adoção, não apenas de crianças pequenas, mas meninos e meninas com idade superior a sete anos ou que tenham problemas de saúde. Esse é um dos objetivos da campanha permanente “Adotar é Legal” desenvolvida pelo Poder Judiciário de Mato Grosso, por meio da Corregedoria-Geral da Justiça. A meta é fazer com que os pretendentes a um filho reduzam as exigências e pensar na possibilidade em adotar as crianças disponíveis nos lares e abrigos públicos do Estado.

As comarcas do interior realizaram atividades alusivas à semana nacional da adoção. Em Tangará da Serra, por exemplo, os funcionários do fórum, voluntários e entidades públicas e não-governamentais fizeram uma panfletagem na principal avenida da cidade na semana passada. Os panfletos continham informações sobre como proceder e onde procurar. Na cidade existem três crianças aptas para adoção, mas elas têm entre 12 e 14 anos. E estão em tramitação no município 33 processos de adoção.

“Adotar é Legal e Padrinho Solidário são campanhas revolucionárias e no sentido de resolver, em grande parte, a aflição social de crianças e adolescentes desprovidos de afeto atenção e amor”, destacou o diretor do fórum de Tangará, o juiz Jamilson Haddad Campos. O magistrado frisou que trabalhar a conscientização da sociedade para a adoção é resgatar a dignidade humana e oferecer amparo aos que precisam e que serão o nosso futuro em breve.

Em todo o Estado, existem 38 crianças abrigadas em lares provisórios à espera de serem adotadas. A maioria tem idade superior a sete anos e algumas têm problemas de saúde, o que dificulta o interesse dos pretendentes. Além disso, nesse universo existem grupos de crianças que são irmãos, o que também dificulta o processo.

Poucos são os casos de famílias que adotam mais de uma criança ou grupos de irmãos. No Estado, um caso chama a atenção. Adilson Balbino Vieira, 40 anos, solteiro, dentista e morador de Porto Esperidião (326 km a oeste de Cuiabá) demonstrou que para adotar uma criança basta ter força de vontade.

Ele não se interessava em casar, entretanto, sempre teve a vontade de ter filhos. “Eu já tinha 35 anos. Queria ser pai na essência da palavra, isto é, ser presente no dia-a-dia do meu filho, independente se fui eu o genitor”, explicou. Aos poucos Adilson Vieira amadureceu a idéia de adotar uma criança. Em seus planos, queria adotar um menino ou menina para constituir uma família. Foi quando apareceu a mãe biológica do seu primeiro filho.

“Ela é uma profissional do sexo e estava grávida, e não queria a criança, porque não tinha condições para cuidar. Ela me disse, ainda com a criança no útero, que queria dá-la para a adoção e que não tinha intenção de abortar”, relatou o dentista, informando que adotou o menino quando ainda tinha quatro meses. Todo o processo de adoção foi realizado pelo juiz da comarca de Porto Esperidião e acompanhado pelo Conselho Tutelar, com visitas a residência para acompanhar a rotina da nova família.

“Quando consegui a guarda do menino, a minha vida mudou completamente. O meu filho veio para completar a minha vida. A criança muda completamente a nossa rotina, os nossos interesses e, principalmente, os nossos valores. Só que tudo muda para melhor”, destacou Adilson Vieira.

Passado dois anos, a mesma mulher o procurou, dizendo que iria dar à luz a outra criança e que queria que ele cuidasse. “Acabei adotando o irmão do meu filho”, comentou o dentista. Pouco tempo depois, ele ficou sabendo que ela estava grávida de uma terceira criança, entretanto, a mãe disse que iria cuidar desse filho. Em seguida, o Conselho Tutelar ligou para o dentista para informar que a criança estava em um abrigo provisório na cidade vizinha em Mirassol D’Oeste e que a instituição iria fechar. “E foi assim que hoje tenho três filhos adotivos. Se existe uma relação entre pai e filho biológico maior do que a que tenho com os meus filhos eu, sinceramente, desconheço”, enfocou Adilson Balbino. Ele relatou, dizendo-se realizado com sua família. Hoje o caçula tem um ano de idade.

Este é um exemplo de que pessoas solteiras podem adotar uma criança. A elas, o dentista dá uma dica: “tem que observar se é isso mesmo que quer, porque adotar um filho não é como comprar um carro novo e nem ter um cachorro que a qualquer momento você pode mudar a escolha. O ideal é conhecer exemplos e conversar com um psicólogo para saber o que você pode encontrar ao levar uma criança para dentro da sua vida, porque constituir uma família é para toda a vida”, ponderou.

Para as pessoas que não podem adotar uma criança, foi lançada a campanha “Padrinhos – Pais Solidários”. Qualquer pessoa no Estado pode se inscrever e ajudar com suporte material, financeiro ou afetivo de pessoas. Basta ir até uma vara especializada da Infância e Juventude do município onde reside, a uma instituição que abriga crianças ou mesmo na sede do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, na Comissão Estadual Judiciária de Adoção (Ceja), ligada à Corregedoria-Geral da Justiça.

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