Ações preventivas e inclusivas, que visem a combater e a erradicar o trabalho escravo, vem sendo desenvolvidas pelo Ministério Público do Trabalho em parceria com o Ministério Público Estadual. Uma delas é a realização de visitas para verificar a realidade das fazendas, com intuito de prevenir, orientar e esclarecer sobre a necessidade de adequação de condutas às normas legais e de respeito ao trabalhador e ao meio ambiente natural.
O procurador José Pedro dos Reis visitou na última semana algumas fazendas na região de Sapezal. Ele percorreu todas as áreas de produção de uma fazenda, desde o plantio, a colheita e o armazenamento, as casas onde moram os empregados, as máquinas que são usadas na colheita dos grãos, os demais instrumentos de trabalho, as técnicas de manuseio e de aplicação dos agrotóxicos e conversou com os trabalhadores e suas famílias.
“Notei que os fazendeiros visitados estão preocupados em promover o crescimento social, preservando a dignidade dos trabalhadores e o meio ambiente. Tudo isso demonstra que o interesse pessoal destes fazendeiros nas melhorias das condições de trabalho e ambiental, aliado às exigências do mercado de somente adquirir produtos limpos (não oriundos de degradação ambiental e humana) e às ações empreendidas pelo grupo móvel têm dado resultado positivo, na medida em que os produtores estão adequando suas condutas e as suas formas de administrar, proporcionando condições dignas de trabalho, de moradia, de alimentação e de lazer aos seus empregados e acima de tudo respeitando o meio ambiente natural”, detalhou.
Outras visitas estão programadas para ainda este ano. A idéia é reunir em cidades pólo os produtores locais e com o apoio de uma equipe composta por técnicos especialistas em saúde e segurança no ambiente de trabalho rural, entre outros profissionais, atuar de forma conjunta e preventiva, de maneira que o produtor e seus administradores diretos e gerentes possam receber todas as orientações de como desenvolver uma relação de trabalho legal, segura e saudável, que venha a criar ambientes laborais dignos e buscando sempre a preservação ambiental, concluiu José Pedro dos Reis.
No tocante às ações inclusivas de trabalhadores, o MPT deverá firmar parceria com a Secretaria de Estado de Trabalho, Emprego e Cidadania, visando ampliar ainda mais a oferta de cursos de qualificação profissional em várias áreas para que os trabalhadores resgatados e aqueles que perderem seus postos de trabalho possam exercer outra atividade e não voltem mais a se submeterem as condições desumanas.