A defesa dos pilotos Joseph Lepore e Jan Paul Paladino confirmou que os dois comparecerão no interrogatório, que será realizado nos EUA, por determinação do juiz federal de Sinop, Murilo Mendes, no processo da queda do boeing da Gol, no Nortão de Mato Grosso. As 53 perguntas que serão feitas aos dois já foram finalizadas e transcritas para serem encaminhadas à Justiça americana. Foram formadas pelo próprio magistrado e também pelo Ministério Público Federal, que fez a denúncia contra os dois.
Mendes quer saber qual a experiência dos dois como piloto, e se já haviam pilotado uma aeronave similar ao Legacy, já que, durante o vôo, há uma passagem da conversa em que alguém (piloto ou co-piloto) diz “estou com medo de brincar com essa coisa no ar porque estou com medo de que se eu fizer alguma coisa ela vai jogar tudo fora do curso”.
O magistrado também questiona se eles analisaram o plano de vôo e se estavam cientes que o percurso previa três altitudes – nível 370, nível 360 e nível 380, e por que a aeronave voou sempre no nível 370. Ele também questiona
quais as informações lhes foram repassadas pela torre de São José dos Campos quando autorizado o plano e se alguém desligou o transponder durante o vôo, e se perceberam que estava desligado.
Também quer saber o porquê eles tentaram contato com o centro de controle antes da colisão, uma vez que, antes dela, apenas um contato havia sido feito, e também quem pronunciou a frase “odeio ter a Força Aérea Brasileira no nosso rabo”, e se esta frase indicava apenas uma manifestação de desapreço pela Força Aérea Brasileira ou indicava vontade de livrar-se do monitoramento regular.
Ainda não há um prazo para que os interrogatórios sejam feitos e remetidos ao Brasil. Somente depois desse procedimento, serão retomadas as oitivas de testemunhas. Serão feitos por cartas precatórias e rogatórias, já que residem em outros Estados e países.
Outros quatro denunciados no caso, os controladores Jomarcelo Fernandes dos Santos, Lucivando Tibúrcio de Alencar, Leandro José Santos de Barros e Felipe dos Santos Reis, que trabalhavam no dia do acidente, já foram ouvidos, em setembro passado, durante audiência em Sinop.