É crítica a situação do paredão da cachoeira do Véu de Noiva (no Parque Nacional de Chapada dos Guimarães), onde um bloco rochoso de aproximadamente 12 metros despencou na segunda feira, e, conforme estudos preliminares da Defesa Civil, pode acontecer novos desabamentos a qualquer momento. Uma equipe técnica, composta por um geógrafo, oficial do Corpo de Bombeiros, geólogo e pelo coordenador de Resposta a Desastres e Reconstrução da Defesa Civil, major Elton Crisóstomo, esteve pela segunda vez no local na tarde de ontem, de onde só saiu depois que anoiteceu.
Os técnicos estiveram durante várias horas fotografando e realizando estudos. Segundo eles, o que aconteceu nas encostas da cachoeira é um fenômeno natural, independente da ação do homem, e pode voltar a acorrer a qualquer momento, já que a cachoeira, como outros pontos do parque, estão sujeitos a fenômenos da natureza, como chuvas, ventos, enxurradas, entre outros, que há milhares de anos vêm mudando a geografia do local. “Estamos elaborando um plano de manejo para repassar ao Ibama, que vai decidir se o local será reaberto ou não e em quais pontos será permitida a visitação. O que podemos dizer é que por enquanto não há previsão de quando o Parque será reaberto ao público”. A equipe de reportagem esteve no local na tarde de ontem e foi duramente reprimida por um funcionário do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama), que visivelmente transtornado sequer deixou que fossem feitas imagens, mesmo em um ponto onde não havia nenhum risco. Há guardas na entrada da trilha de acesso para o Véu de Noiva, que se alternam de turno ao anoitecer. Conforme a Defesa Civil, manter a distância é necessário por medidas de segurança.
De acordo com estudos feitos pelo professor de pós-graduação em Recursos Hídricos da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Prudêncio Castro Júnior, responsável pelo mapa geomorfológico do Sistema de Informação Geoambiental de Cuiabá, Várzea Grande e Entorno, em função do aumento de trânsito de caminhões pesados na estrada, pode acontecer uma aceleração do processo geodinâmico de movimentos de massa e desmoronamento de blocos rochosos, não só ao longo do trecho da MT-251 – entre Campo Verde e Chapada (67 km da Capital) – que passa pelo Portão do Inferno, mas também em pontos turísticos, como no Véu de Noiva. Contudo, os técnicos da Defesa Civil não acreditam nessa possibilidade.