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Conflito fundiário começa ser resolvido em Colniza

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O conflito fundiário na fazenda Bauru, em Colniza, começa a ser solucionado de forma pacífica. Cem lotes, com 50 hectares cada um, serão dados para os trabalhadores rurais que ocupam a área há aproximadamente 6 anos. O anúncio foi feito em uma reunião coordenada pelo Comitê de Acompanhamento de Conflitos Fundiários do Estado, com os trabalhadores, a administração municipal, e representantes dos proprietários de fazendas. Serão doados 5.050 hectares ao todo, sendo 50 destinados à construção de uma vila de convivência social.

O levantamento apresentado pela Associação dos Trabalhadores Rurais de Fazenda Bauru, informa que realmente 48 famílias são realmente carentes, não possuindo condições mínimas para comprarem as suas propriedades. Estas famílias terão prioridade para receber as terras sem nenhum custo.

A regularização da área é prioridade para o Estado, explica o membro do Comitê Estadual, Eudes Ferreira. As condições de reintegrações de posse expedidas pelo poder Judiciário geram altos custos para o Governo, além do rico destas ações promoverem violência no campo. “O nosso interesse é que estas pessoas tenham a tranqüilidade para produzir em sua propriedade, efetivamente registrada, regularizada. Para isso é preciso haver calma, com destaque para o diálogo”, enfatizou Eudes.

O representante da fazenda, o empresário José Paulo leite de Abreu, afirmou que o processo de doação deve ocorrer com velocidade, respeitando o fim do período de chuvas na região. “Mesmo se quiséssemos começar o corte agora não seria possível. É impossível trabalhar na área neste momento”. As estradas de acesso são praticamente trilhas, repletas de atoleiros devido ao volume de chuva presente na região e ao tipo argiloso do solo.

A agilidade da regularização fundiária na região foi o principal ponto abordado pelo presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Colniza, Francisco Assis Ferreira. “Cada dia que o trabalhador passa esperando para poder plantar demora muito mais para ele que para as outras pessoas. Existe uma agonia em ficar esperando, sem saber o futuro de suas famílias”.

Para o prefeito de Colniza, Sérgio Bastos, a organização social das famílias que ocupam a propriedade deve ser mantida, por meio das associações. É ela que conquistou o entendimento evitando ações esporádicas de violência. “É necessário que todos estejam envolvidos no processo. São as associações que tem legitimidade para negociar em nome de todos e avançar nas negociações, tanto com empresários, como também com o Estado”. O prefeito lembrou que o município é a segunda cidade mato-grossense em números de assentados na reforma agrária.

Sem se identificarem, alguns trabalhadores contaram que a região também está sendo invadida por grileiros profissionais que querem expulsar famílias usando violência. Eles atribuíram a estas pessoas a tentativa de homicídio que o empresário representante da fazenda sofreu em fevereiro, quando visitavam a propriedade. Um disparo atingiu o pára-brisa do carro do empresário, acertando o ombro de um funcionário que estava no banco traseiro.

O major Adalberto Gonçalves, do Comando de Policiamento de Área da região, garantiu que a segurança na região será mantida. Com a regularização efetivada, estes grileiros não terão mais como tentar se apropriar desta área, e serão mais facilmente localizados, presos. A ponte que dá acesso a propriedade foi construída nesta sexta-feira, uma vez que havia sido destruídas por grileiros. “A polícia garantiu a seguranças dos trabalhadores que reconstruíram a ponte, não podemos estar 24 horas na fazenda, mas estamos atentos”.

Pelo censo do IBGE 2007, a cidade possui 27.882 habitantes, mas a prefeitura aponta que o município tem uma população aproximadamente 45 mil pessoas. O território de Colniza, 27.946.646 Km quadrados, é apenas dois por cento menor que o do Estado do Espírito Santo. A base da economia está no extrativismo vegetal e na agricultura, principalmente no café, que conta com mais de 15 milhões de pés plantados.

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