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Chalana que naufragou deixando 9 mortos ainda não foi removida do Pantanal

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Hoje completa um mês da tragédia no Pantanal. A chalana Semi Tô-a-Tôa afundou no rio Cuiabá próximo a Porto Cercado, no Pantanal mato-grossense, deixando nove mortos. A embarcação continua no fundo do rio e o proprietário, Semi Mohamed Said, já tem um levantamento do custo para sua retirada. São cerca de R$ 60 mil, que ele afirma não ter como arcar. Na semana passada ele enviou um ofício à Marinha, pedindo explicações concretas do porque ele foi notificado para a retirada. Said informa que no primeiro momento a Marinha afirmou que ia retirar o barco hotel do fundo do rio e depois avisou que a obrigação era dele.

Segundo Said, na notificação a Marinha determina a demolição da embarcação, o que ele é contra. “Existe um inquérito policial e por isso não posso demolir a embarcação. Quero tirar isso a limpo”.

O proprietário da embarcação fala em “fatalidade”, mas afirma que se tiver que responder criminalmente pelo acidente não vai “correr da raia”. “Quero que a Justiça fale o que aconteceu”.

Said destaca ainda que o comandante, Joaquim da Rosa Santos, acompanhava o seu outro funcionário, José Gonçalo. O segundo não tinha habilitação para pilotar. “Meu funcionário (Gonçalo) é um prático, que conhece o rio como a palma de sua mão. Eu poderia colocar o Joaquim para pilotar e não fiz e não vou mentir. Mas para ter uma idéia, um barco da Marinha que sai de Ladário e vem até Porto Cercado, para cima quem conduz é um prático”.

Said afirma ainda que só não estava na embarcação na viagem em que ela afundou porque tinha outras coisas para resolver em Cuiabá. “Geralmente eu desço junto”.

Depois de um mês da tragédia, Semi Said afirma ainda que não pensa mais em trabalhar com embarcações e que deve apenas continuar cuidando de sua pousada. “Este acidente mudou minha vida. Não tenho cabeça neste momento para continuar. Mas tenho certeza que foi uma fatalidade, embora todo mundo tente me incriminar”.

O proprietário afirma ainda que a chalana já tinha feito seis vezes o mesmo caminho e nada aconteceu e que era a segunda viagem deste ano, após o fim da Piracema.

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