A transferência da Administração Executiva Regional da Fundação Nacional do Índio de Cuiabá para Juína mobiliza a Assembléia Legislativa, que busca resolver o impasse entre os índios mato-grossenses e o presidente da Funai, Márcio Meira.
Na semana passada, o governo federal transferiu a sede da regional da Funai para Juína, que está localizada a 718 quilômetros de Cuiabá. Na capital ficou apenas o Núcleo de Apoio Operacional.
Hoje, o presidente da Assembléia Legislativa, deputado Sérgio Ricardo (PR), esteve reunido na seda da Funai em Cuiabá com pelo menos 100 índios. Eles estão acampados no local desde o último final de semana e querem a presença do presidente nacional do órgão.
De acordo com o Sérgio Ricardo, todos os deputados estão empenhados em resolver o impasse criado com a transferência. Ainda, segundo o parlamentar, a revogação da Portaria 293 que transferiu a administração para Juína está sendo discutida junto à bancada federal, em Brasília.
Na sede da Funai – localizada no Centro Político Administrativo – estão acampados, pelo menos 400 índios das etnias Bacairi, Terena, Xavantes, Umutina, Bororó, Chiquitano, Guató e Nambiquara.
Segundo o representante da tribo Terena – localizada na divisa com o Pará – Milton Rondon, caso a decisão de transferir a administração para Juína na seja revogada, os índios vão radicalizar o movimento.
“Caso não sejamos atendidos, vamos radicalizar. Não queremos que chegue ao constrangimento. Vamos engrossar o movimento e radicalizar”, disse Milton Rondon.
Na mesma linha de raciocínio, Creusa Soripa – da tribo Umutina de Barra do Bugres – afirmou que “vamos fechar rodovias em Mato Grosso. Nós queremos uma explicação do presidente da Funai”.