Entre os anos de 2003 e 2007, a criminalidade em Mato Grosso avançou e o Estado não cumpriu as metas previstas no Plano Estadual de Segurança Pública (Pesp). Ao contrário, o número de homicídios para cada grupo de 10 mil habitantes chegou a 2,7. No Pesp, o quadriênio deveria ser encerrado com 1,6 homicídios para o mesmo número de pessoas. Informações da Gerência de Estatísticas da Diretoria da Polícia Judiciária Civil (PJC) indicam a ocorrência de 777 assassinatos em 2007 em todo Mato Grosso, diferente das 448 mortes, 42% a menos, que o Pesp tinha como objetivo.
A incidência de furtos disparou. Foram 145,65 registros para cada 10 mil habitantes, enquanto o Plano definiu um limite máximo de 79,2. Já o índice de roubos, que deveria fechar o ano com 25 ocorrências a cada 10 mil habitantes, foi de 39,55. Os cálculos consideram a população do Estado de 2,8 milhões de habitantes conforme a estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE).
Além das metas previstas para redução de assassinatos e assaltos, havia a expectativa da ressocialização de 50% população carcerária apenada e adolescentes infratores internados; a redução de 80% a 100% da demanda reprimida de atendimentos de ocorrências policiais; a queda de 80% na demanda reprimida de solicitações de perícias; a redução de 20% dos índices de acidentes de trânsito; a diminuição de 100% da demanda de ocorrências de sinistros e emergências; além de alcançar 40% de satisfação da sociedade em relação aos serviços prestados pelos órgãos de segurança pública.
O ex-secretário estadual de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), Carlos Brito, disse que não foi possível cumprir a meta do índice de assassinatos porque faltou tempo para efetivar as políticas de combate à criminalidade. Ele comentou que não há a agilidade nos processos de aquisição de equipamentos e viaturas na velocidade que a população necessita em razão dos trâmites burocráticos natural das esferas de governo. “Os processos levam meses e faltam recursos”.
A mesma explicação da falta de recursos e a burocracia é dada pelo diretor da PJC, José Lindomar Costa. Ele admite a Polícia Civil não deu conta de conter os crimes contra a vida. A assessoria de imprensa da Sejusp disse que só haverá um posicionamento oficial sobre os números do Pesp quando a equipe responsável fará um relatório à Secretaria Nacional de Segurança Pública.