Três pesquisadores doutores – Dionei José da Silva, Manoel dos Santos Filho e Fabricio Alves Moura- que estavam sendo mantidos reféns na aldeia Moygu, no Parque do Xingu, desde a quarta-feira passada, foram liberados esta manhã. Só Notícias apurou que eles estão, neste momento, prestando depoimento na Polícia Federal, em Cuiabá.
Inicialmente os índios liberariam outro pesquisador, que seria levado, de avião, a Sinop, para tratamento médico, mas, na última hora recuaram.
Os pesquisadores libertados informaram que estão sendo mantidos em cárcere privado, em uma casa na aldeia, e só podem sair uma vez ao dia, mas que estão recebendo alimentação e água normalmente. Também confirmaram que três pessoas que ficaram na aldeia estão com problemas de saúde, sendo uma delas com hipertensão e outra com diarréia.
Outros quatro pesquisadores de um instituto e cinco funcionários da Fundação Nacional do Índio (Funai) ainda permanecem no Xingu. Uma antropóloga e um piloto que foram até a aldeia negociar a liberação dos reféns não foram liberados para voltar.
Não foi confirmado em que situação estão submetidos.
Segundo Makarea Trumai, de Nova Canarana, que acompanha as negociações, os índios aguardam uma respota da Funai sobre a realização de uma audiência com a presença de ministros, deputados, senadores, Ibama, Ministério Público Federal e representantes da PCH, em Brasília. Eles são contra a construção de uma pequena central hidrelétrica no rio Coluene, em Paranatinga, alegando que comprometerá a sobrevivência na aldeia.
A maioria dos reféns trabalha para um instituto e estava pesquisando os impactos ambientais desta usina.
(Atualizada às 10:23hs)