Equipes da Secretaria de Serviços Públicos e do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) estão intensificando o combate ao caramujo africano em Várzea Grande. O trabalho está sendo realizado em logradouros públicos e em limpeza de quintais e terrenos baldios, mas sobretudo orientando a população formas de prevenção. Nesta quarta-feira, houve coleta de caramujos nas proximidades da câmara, onde possui uma área de proteção ambiental, o “Tanque do Fancho”, tendo sido encontrado até em arvores.
Considerado uma praga e que se proliferou por Mato Grosso, o molusco hermafrodito (possui os dois sexos) se beneficia do período de chuvas intensas, forte calor para se reproduzir e se favorece com a ausência de predadores naturais. O caramujo reproduz de 300 a 1.200 ovos por ano e tem resistência de vida de 5 anos.
De acordo o secretário de Serviços Públicos, Benedito Pinto, a população precisa tomar a precaução de utilizar luvas (ou sacos plásticos nas mãos), quando fizer a captura. Devem ser colocados em sacos de lixo e adicionar cal virgem. “A prefeitura está fazendo a incineração dos caramujos coletados, como forma de eliminá-lo” – ressalta Benedito Pinto. A incineração é necessária porque as conchas servem de depósito de água e criadouros de larvas do mosquito da dengue. “Pedimos à população que informe a secretaria de Serviços Públicos a coleta dos caramujos para incineração do material” – avisa.
A ingestão ou a simples manipulação dos caramujos vivos pode causar a contaminação. Ao se instalar em hortas e pomares, contamina frutas, verduras e dissemina doenças. Mas também dizima a produção. O caramujo africano pode transmitir duas doenças: angiostrongilíase meningoencefálica humana – que causa dor de cabeça forte e constante, rigidez na nuca e distúrbios do sistema nervoso – e a angiostrongilíase abdominal que pode levar a perfuração intestinal e hemorragia abdominal (cujos sintomas são: dor abdominal, febre prolongada, anorexia e vômitos). Por isso, o cuidado redobrado no manuseio e lavar bem hortaliças e vegetais que serão consumidos in natura.
A diretora da Vigilância Ambiental do Centro de Controle de Zoonoses de Várzea Grande (CCZ/VG), Vilma Juscineide de Souza, salienta que o caramujo não é venenoso e pode ser retirado do meio ambiente por qualquer adulto, desde que esteja devidamente protegido. “Assim como as baratas que circulam por toda parte, tanto em lixo, como esgoto, o caramujo pode transmitir doenças, por isso a necessidade das luvas na hora da coleta para evitar qualquer tipo de contaminação”, completou.