Depois de ter sido mantido preso por mais de 40 dias, por ordem judicial, por suspeita de participação nas mortes dos três servidores da Universidade Federal de Mato Grosso, campus de Rondonópolis, a Justiça Federal expediu o alvará de soltura do serralheiro Wilson Francisco da Silva, mais conhecido como Russo. Ele foi um dos indiciados pela Polícia Civil, juntamente com Jaeder Silveira dos Santos, que também teria confessado o mesmo crime na Polícia Federal e o servidor do Campus, Jorge Luiz Tabory apontado por Jaeder como sendo o suposto mandante das execuções. Esses dois permanecem presos.
O suspeito foi posto em liberdade no sábado, por determinação do juízo plantonista da esfera federal, por onde o caso segue agora, após a mudança de competência do juízo no julgamento, por conta de estar prevalecendo o viés funcional nas investigações das polícias Civil e Federal. A pro-reitora Soraiha teria sido assassinada em razão de suas atividades no campus. O professor Alessandro Fraga e o prefeito do campus, Luis Mauro, teriam sido executados porque estavam em sua companhia.
O advogado Elmer Costa Baimer apresentou seu cliente em programas de televisão ontem e mostrou o alvará de soltura expedido pela Justiça. Mas, se recusou a responder diversas perguntas, justificando ter aceito o caso apenas no início desse mês. O advogado questionou a Polícia Civil sobre a dificuldade de acesso às informações sobre o processo de seu cliente e disse ter confiança na inocência de Wilson Francisco.
No entanto, nem o advogado nem o suspeito falaram sobre as circunstâncias da suposta confissão realizada por Russo na Polícia Civil. O advogado disse não poder comentar o fato, alegando segredo de justiça, e por não querer provocar “vícios de formalidade no processo”.
Na verdade, o caso agora deverá ser investigado apenas pela Polícia Federal, que inclusive aguarda um laudo de exame de DNA que está sendo realizado no Instituto Nacional de Criminalística do Departamento de Polícia Federal de Brasília (DF), que analisa as manchas de sangue encontradas nas roupas supostamente usadas por Russo, na noite do crime, segundo afirmações da Polícia Civil, que solicitou a perícia.
“Apesar de ter sido colocado em liberdade, o caso não está definitivamente esclarecido e nem está definitivamente comprovada a sua inocência ou culpabilidade no caso. Mas existem, nos autos, indícios muito fortes de seu envolvimento”, assegurou ontem o delegado que investigava o caso, Antônio Carlos de Araújo.