Exatos 51 dias após o início das investigações sobre as mortes da pró-reitora do campus da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Soraiha Lima Miranda, do professor Alessandro Fraga e do prefeito do campus, Luís Mauro, o delegado de Polícia Civil, Antônio Carlos de Araújo, prendeu duas pessoas suspeitas de envolvimento nas mortes dos servidores, levantou indícios da participação de mais pessoas e enviou para análise do Ministério Público a peça investigatória, protocolando-a na Justiça ontem à tarde. As duas pessoas presas pela Polícia Civil, no curso das investigações, foram o serralheiro Wilson Francisco da Silva, o Russo, e Diedson Honório da Silva Júnior, “Júnior Cavalo”.
De posse dessas informações e de mais algumas levantadas por seus agentes, a Polícia Federal conseguiu prender Jaeder Silveira dos Santos, apontado como sendo o executor dos servidores e o acusado de ser o mandante, o servidor da UFMT, Jorge Luiz Tabory.
O delegado, alegando sigilo nas investigações, só confirmou a recomendação à Justiça da renovação dos mandados das prisões dos suspeitos ou, a declaração da prisão preventiva de Wilson Francisco da Silva, o Russo, e de Diedson Honório da Silva Júnior, mais conhecido como “Júnior Cavalo”.
Segundo o delegado, caso o Ministério Público entenda que o melhor nesse momento seja enviar as peças do inquérito da Polícia Civil e juntá-las ao inquérito da PF, assim será feito. Ou ainda, se o MP entender a necessidade de continuar as duas investigações que vinham sendo mantidas até aqui, uma pela Polícia Civil e outra pela Polícia Federal, o inquérito poderá ser devolvido e as investigações serão retomadas pela Polícia Civil.
Mas, pelo avanço conseguido nas investigações e até pelas declarações dos delegados da Polícia Federal, após a realização da reconstituição, na noite de quarta-feira, a polícia acredita que o crime está praticamente esclarecido, com a definição da autoria e do mandante, que nega a acusação.
Por conta desses detalhes levantados pelas investigações e depoimentos conseguidos pelas polícias, tudo leva a crer que o crime tenha sido realmente motivado por conta das atividades profissionais das vítimas. Principalmente da pró-reitora Soraiha Miranda de Lima, que seria, em tese, o principal alvo. O prefeito do campus, Luiz Mauro Pires Russo e o professor de Zootecnia Alessandro Luiz Fraga, teriam sido mortos por estarem em sua companhia.