Municípios brasileiros têm incluído cada vez mais em suas agendas de ações a pauta ambiental. A preocupação não é por acaso mas demonstra a necessidade de se ter estratégias exclusivas para este setor. Por meio delas, gestores conseguem delinear planos específicos, traçar mapas ambientais e garantir informações sólidas bem como políticas eficientes.
O ponto de partida é apoiar-se naquelas iniciativas que deram certo e buscar aprimorá-las nos contextos regionais ou mesmo locais. Em Mato Grosso, onde o desenvolvimento do setor produtivo necessita do ambiental, os municípios têm se articulado com a mesma finalidade. Lucas do Rio Verde foi pioneiro ao instituir o “Lucas Legal”, um programa que mapeou as propriedades agrícolas dando condições se saber, entre outras coisas, qual o tamanho do passivo ambiental; número de áreas abertas, e outros aspectos para assegurar a regularização ambiental.
Em Sinop, o poder público quer instituir um plano diretor ambiental por meio do qual tenha condições de ter informações sólidas neste segmento. O secretário de Meio Ambiente, Rogério Rodrigues, garante que a medida sairá ainda em 2010. Parcerias devem ser buscadas como, por exemplo, com a TNC (ONG que também esteve envolvida no “Lucas Legal”), Aprosoja, Sindicato Rural, universidades.
Os custos para executar a proposta devem girar em torno de R$ 300 mil, segundo estima o próprio Executivo. O primeiro passo dado pela cidade foi a assinatura do convênio para viabilizar a cessão de imagens de satélite para execução do MT Legal. “Assinamos o convênio de recebimento das imagens que se fossemos comprar pagaríamos R$ 400 mil. A partir de agora faremos o trabalho do plano diretor ambiental”, expressou o secretário, em entrevista ao Só Notícias.
Entre as etapas que precisam ser cumpridas, explica ainda Rodrigues, está o treinamento de profissionais que trabalharão com a imagens. Posteriormente, deve-se iniciar o mapeamento geral das propriedades agrícolas. “Com isto constataremos o que temos de área aberta, rios, APP’s, áreas permanentes que estão sendo utilizadas, o passivo existente, bem como o ativo”, ponderou.
O plano diretor abrangerá também questões urbanas como volume de resíduo gerado, viabilidade econômica de tais materiais e demais. Esta seria uma forma de encontrar soluções aos problemas típicos que costumam afetar o desenvolvimento das cidades como o clássico excesso de lixo gerado, a ausência de espaços próprios para reaproveitamento da matéria-prima que pode gerar riquezas. “Mostraremos tudo o que temos dentro do município”, completou Rogério Rodrigues.
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