A Procuradoria da República em Cáceres ofereceu denúncia por tráfico internacional de drogas, associação para o tráfico, evasão de divisas e lavagem de dinheiro contra 30 pessoas que haviam sido indiciadas na Operação Volver, deflagrada em julho deste ano. A denúncia do MPF foi oferecida em substituição à denúncia do Ministério Público Estadual em razão da internacionalidade dos crimes, o que configura competência federal.
Segundo a ação penal, o grupo importava drogas da Bolívia para distribuição em Mato Grosso e no Espírito Santo, atuando, ainda, alguns de seus integrantes em crime de evasão de divisas e lavagem de capitais. A ligação entre os integrantes do bando foi comprovada pelas conversas por telefone interceptadas com a autorização judicial.
De acordo com a denúncia, no que concerne ao tráfico, a associação criminosa trabalhava de forma organizada dividindo-se nas funções de importação, transporte, compra e venda de drogas. O grupo formado por José Teotônio de Almeida, Ademir de Almeida Amadeu, sediado na Bolívia, era responsável por conseguir os entorpecentes e passá-los para os transportadores. Sendo que Ademir de Almeida ainda contava com o apoio de seus pais, os acusados Sílvio Amadeu e Elia Vaz de Almeida Amadeu, nas atividades direcionadas ao tráfico internacional de entorpecentes. Cayo Castro Revollo participava deste grupo disponibilizando a conta bancária para a movimentação dos recursos conseguidos por Ademir.
No comando, coordenação e logística da atividade, possibilitando a vinda da droga do Brasil para a Bolívia e a revenda a traficantes no país encontrava-se Everton Cândido Gomes da Silva, vulgo Pupunha – chefe da quadrilha que mesmo depois de preso continuava dando instruções à organização -, que era auxiliado diretamente por Máximo Augusto da Silva, Odiney Aparecido dos Santos, Vanildo Geraldo da Silva, Otaniel Ferreira da Silva, Adomício Lima França, Dejanir de Oliveira Campos, Vagner Bispo Filho, Jeferson Martins Bento, Marcus Santos Curvo de Lima e a advogada Katleen Karitas Oliveira Barbosa Dias.
Outra parte do grupo, formada por Sirlene Luzia de Oliveira, Evaldo Geraldo Santana, Cleiber Silva Alves e Celina Maria da Silva Bezerra, movimentava o dinheiro adquirido com o tráfico por meio de contas bancárias.
Quatro pessoas atuavam como transportadores levando a droga de Mato Grosso para outros estados. Eram eles Valdenice Artiaga, Arnaldo Pereira de Castro, Fábio da Costa Silva, Sérgio Ricardo Dionísio e Cláudia Valéria Ribeiro.
Traficantes residentes em Cuiabá (MT) e em cidades no Espírito Santo compunham mais um núcleo da quadrilha cuja função era adquirir a droga que vinha pela fronteira Brasil-Bolívia, e revendê-la. Nessa função participavam Fábio Abílio Rigo (Binho), Franthesco Mathias (Chico), Adriano dos Santos Nunes (Dico), Tiago de Araújo Moreira (JJ), William Zanoli (Terceirão), e Rosenildo de Souza Benevides (Nil).
A Operação Volver deflagrada em julho de 2009, surgiu a partir das investigações da Operação Teimoso, da Polícia judiciária Civil. O caso passou a ser de competência do Ministério Público Federal porque foi identificado a internacionalidade do tráfico de entorpecentes. A denúncia espera o recebimento por parte da Justiça Federal em Cáceres.
A denúncia foi entregue à Justiça Federal e aguarda o recebimento por parte do juiz.