O secretário de Estado de Meio Ambiente, Luis Henrique Daldegan, apresentou um balanço das ações de monitoramento, fiscalização e combate aos incêndios florestais no Estado e garantiu: “continuaremos trabalhando para reduzir ainda mais o número de focos em Mato Grosso”. Este ano, durante o período proibitivo – que vai de 15 de julho até 15 de setembro -, foi registrada até o último domingo (23), uma redução de 37,35% no número de focos de calor em relação ao mesmo período do ano passado, quando a redução chegou aos 64%. “A diminuição é resultado do trabalho de conscientização, das fiscalizações e, da parceria entre os governos – estadual e federal -, das prefeituras e da população”, disse ele.
Desde o início do período proibitivo até agora, já foram registrados no Estado, 7.589 focos de calor. Em 2008, de 15 de julho a 23 de agosto, 12.114. Uma diferença de 4.525 focos a menos este ano. Em relação ao ano, de 1 de janeiro até 23 de agosto de 2008, foram registrados em Mato Grosso 20.025 focos de calor. Este ano, de 1º de janeiro até 23 de agosto, o total de focos registrados foi de 16.612, uma diferença de menos 3.413 focos de calor este ano, 17,04% a menos em relação a 2008.
Dos 16.612 registros no Estado este ano (1º de janeiro ao dia 23), os municípios com maior número de focos foram Nova Ubiratã (1.268), Tangará da Serra (689), Colniza (649), Gaúcha do Norte (601) e Nova Maringá (587).
Em relação ao período proibitivo (de 15 de julho até o último domingo), os municípios com maior número de focos de calor são Colniza (615), Campo Novo do Parecis (453), Itanhangá (347), Nova Bandeirantes (291) e Tangará da Serra (259).
No balanço feito pela Sema, em relação as Unidade de Conservação Federais, de 1º de janeiro a 23 de agosto deste ano, já foram 199 focos de calor, com maior incidência nos Parques Nacionais do Pantanal, do Juruena, do Rio Araguaia, e de Chapada dos Guimarães.
Entre as Terras Indígenas localizadas no estado o maior total de focos foi detectado pelos satélites na Utiariti (378 focos), Paresi (369 focos), Pimentel Barbosa (219 focos), Pareci (93 focos), Parabubure (75 focos) e Maraiwatsede (59 focos). “Cerca de 12% dos focos tem sido registrados nas Terras Indígenas”, destacou o secretário Daldegan, ao afirmar que existe um trabalho sendo feito, junto com a Funai, em relação a isso.
Já em relação às Unidades de Conservação Estaduais, desde o inicio do ano até agora, foram registrados 157 focos de calor no Parque Estadual Encontro das Águas (70 focos), APA das Cabeceiras do Rio Cuiabá (52 focos), Parque Estadual do Cristalino (8 focos) e Reserva Extrativista Guariba/Roosevelt (7 focos), são as unidades com maior número de focos de calor.
O coordenador de Gestão do Fogo, tenente coronel BM Alessandro Borges disse que com a perspectiva de que tenha início um período ainda mais critico de estiagem, serão intensificadas as ações de monitoramento e fiscalização.
Sobre o número de focos de calor registrados em Colniza, a explicação, segundo o coordenador de Gestão do Fogo é que “na região ainda há muita queima de áreas para limpeza, para a criação de gado ou por conta da ação de madeireiras”, disse o tenente coronel BM Alessandro Borges.
O superintendente da Defesa Civil Estadual, major BM Agnaldo Pereira de Souza, concorda e disse que na região de Colniza, por exemplo, os focos de calor são registrados, na maioria das vezes, em assentamentos localizados próximos às florestas. “Os agricultores utilizam o fogo para limpar o terreno e, devido às condições climáticas, muitas vezes eles perdem o controle e acabam causando incêndios florestais”.
Em relação às aldeias, o fogo é uma questão cultural e até mesmo de sobrevivência das populações indígenas. Algumas etnias colocam fogo na mata para caçar e as chamas acabam espalhando-se pela reserva. Para combater essas práticas, o governo vem intensificando as medidas de prevenção, monitoramento, fiscalização e de educação ambiental, além da responsabilização dos infratores, explicou o secretário.
No total já foram visitados 32 municípios além da participação na Operação Arco Verde do Governo Federal, em conjunto com os consórcios intermunicipais de desenvolvimento. As ações de educação ambiental, com a distribuição de material gráfico, também foram realizadas nos municípios de Barra do Garças, Nova Xavantina, Primavera do Leste, Campo Verde, Rondonópolis, Jaciara, Cáceres, Pontes e Lacerda, Sinop, Sorriso, Nova Mutum, Lucas do Rio Verde, e nas Unidades de Conservação.
Em todo o Estado já foram capacitados 300 brigadistas nos municípios de Colíder, Cuiabá, Várzea Grande, Terra Nova do Norte, Nobres, Sorriso, Garantã do Norte, Barra do Garças, Água Boa e Comodoro e, para atuarem nos combates aos incêndios florestais nos Parques Estaduais, serão capacitados entre os dias 24 a 28 deste mês, 50 brigadistas no P.E. do Cristalino, Xingu, Araguaia, Encontro das Águas e Reserva Extrativista Guariba/Roosevelt.
O coordenador de Gestão do Fogo, citou ainda, as bases de apoio aéreo instaladas no estado, para otimizar as ações de combate aos incêndios florestais, nos municípios de Cuiabá (uma aeronave Air Tractor 402, com capacidade para 1.500 litros; e uma Air Tractor 802, com capacidade para 3.000 litros), Água Boa (três aeronaves Air Tractor 402) e em Sinop (três aeronaves Air Tractor 402).
Em doze municípios do estado já foram realizadas ações de combate a incêndios florestais (Campo Verde, Nova Ubiratã, Feliz Natal, Campo Novo do Parecis, Rosário Oeste/Manso, Chapada dos Guimarães/Mutuca e Manso, Nobres, Nova Ubiratan, Poconé e Barra do Garças), com duas prisões em flagrante (em Feliz Natal e em Nobres) e, até o último domingo, a Sema emitiu 178 autos de infração. Ao todo foram queimados no Estado 49 mil hectares e aplicadas R$ 261 milhões em multas.
As queimadas em terrenos urbanos localizados em Cuiabá e em Várzea Grande, de acordo com informações do Ciosp – Centro Integrado de Operações em Segurança Pública, da Secretaria de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), também houve queda. Em Cuiabá caíram de 408, no ano passado, para 202 este ano (no período proibitivo) e em Várzea Grande, as ocorrências caíram de 116 para 87.