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MP denuncia quadrilha identificada na "Operação Pinóquio"

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Vinte e duas pessoas foram denunciadas pelo Ministério Público do Estado de Mato Grosso, por meio da 15ª Promotoria Cível de Defesa do Meio Ambiente Natural, pela prática de crimes ambientais apurados durante a "Operação Pinóquio", desencadeada pela Polícia Civil. Ao todo foram seis denúncias criminais. De acordo com a promotora de Justiça Ana Luíza Alves Peterlini de Souza, durante a operação, realizada este ano, foram expedidos 11 mandados de prisão preventiva. Do total, 10 foram cumpridos. O grupo permanece preso até hoje.

Ela explica que a quadrilha falsificava documentos e ingressava junto à Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) com pedido de licenciamento e autorização para exploração ou manejo florestal. Os processos eram aprovados rapidamente, pois alguns servidores da Sema facilitavam o trâmite dos documentos.

O tempo médio de tramitação dos processos, a contar da data da distribuição até a aprovação e emissão da Licença Ambiental e Autorização para Exploração Florestal, não ultrapassava três meses. Teve processo que foi aprovado em menos de 30 dias. As denúncias feitas pelo Ministério Público referem-se as fazendas Cruzeiro do Sul, Santo Antônio, Sucuri, Belo Horizonte, Novo Paraíso e Alves. Os estabelecimentos estão localizados nos municípios de Tangará da Serra, Paranaíta, Juara, Nova Bandeirantes, Aripuanã e Nobres.

Constam nas denúncias que, após a liberação dos créditos florestais, os fraudadores se cadastravam perante o órgão ambiental do Estado para movimentá-los. “As vendas eram feitas apenas no papel, pois foi comprovado que os produtos florestais transportados não foram extraídos das áreas objetos dos projetos. Os créditos fictícios eram comercializados, posteriormente, a diversas empresas madeireiras que, em sequência, utilizavam para dar cobertura para créditos florestais retirados de outras áreas do Estado. Parte dos créditos também era utilizada para acobertar produtos ilícitos que se encontravam estocados em seus páticos”, explicou a promotora de Justiça.

Segundo ela, 98 empresas foram beneficiadas com os créditos florestais fraudulentos. Dezenove delas adquiriram os créditos de mais de um empreendimento. No total, foi autorizada a exploração de um volume de 100.531,3346 m³ de madeira em tora e 51.462,315 st de lenha. Considerando que um caminhão transporta, em média, 30,00 m³, seriam necessárias quase dois mil caminhões para efetuar de uma só vez o transporte de toda a carga.
A promotora de Justiça explica que serão instaurados outros inquéritos policiais suplementares para apurar a responsabilidade das empresas beneficiadas com a fraude.

Lista dos denunciados:

01 – Nilda da Silva Alves
02 – Vilson Pereira da Silva
03 – Milton Pereira da Silva
04 – Ulisses Antônio de Carvalho Neto
05 – Ester Beniquio
06 – Newton Marcos Pereira da Silva
07 – Sebastião Ramos Batista
08 – José Aparecido de Souza Costa
09 – Joaquim Paiva de Paula
10 – Jary Santana de Abreu
11 – Célio Justino de Morais
12 – Mauro Sérgio Puli Freitas
13 – Lusmar Zandona
14 – Cristiano do Carmo
15 – Antônio Adejar do Nascimento
16 – Plácido Everaldo Ficagna
17 – Diomar Tolfo Brescovit
18 – Eber Tadeu Vaz
19 – Delvina Caldeira de Oliveira
20 – Djalma Pereira de Oliveira
21 – Luiz Carlos Rabecini
22 – Weslei Moreira Martins

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