Apesar das ações fiscalizatórias realizadas por diferentes órgãos ambientais a devastação da floresta em Mato Grosso continua. Além de prejuízos ao meio ambiente e a economia, os atos criminosos têm manchado a imagem do Estado. Neste mês o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Renováveis flagrou mais uma área de exploração ilegal de madeira e desmatamento. Com apoio de fiscais do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade o Ibama chegou a uma área em Nova Bandeirantes, a 250 quilômetros de Alta Floresta, próxima ao distrito de Japuranã.
Um trator agrícola adaptado para a atividade de exploração de madeira, duas motosserras, duas armas de fogo e munições foram apreendidos. No local foram encontradas cepas de espécies tropicais nobres com característica de exploração recente, algumas no interior de área de preservação permanente. Estima-se, segundo o Ibama, que a área explorada ilegalmente ultrapasse os 50 hectares. O Ibama analisa os dados coletados no local para mensuração dos danos ambientais provocados cometidos, embargo da área danificada e autuação do responsáve.
Entre as suspeitas averiguadas está a grilagem de terra e furto de madeira da área. O coordenador da ação, Felipe Finger, da regional Alta Floresta do Ibama, explica que “parte da área já tinha sido explorada a corte raso para formação de pastagem. Existem suspeitas que ainda estão sendo apuradas que os responsáveis teriam adentrado e explorado ilegalmente áreas adjacentes sem conhecimento dos donos das mesmas”, declarou, ao Só Notícias.
Mesmo sem dimensionar o volume de multas a ser gerado, Finger esclarece que três infrações são nítidas: desmatamento, exploração ilegal de madeira e corte de áreas em área de preservação. “Estes três autos serão lavrados”, acrescentou. O Ibama reconhece que mesmo diante da repressão, muitos ainda não se intimidaram e continuam operando na clandestinidade, movimentando uma cadeia ilegal que envolve ainda a emissão de notas frias para disfarçar a irregularidade e garantir a comercialização da madeira.
Os sindicatos de base florestal condenam crimes desta natureza. O presidente do Sindicato das Indústrias Madeireiras do extremo Norte, Lindomar Dela Justina, aponta que ações como esta denigrem o setor madeireiro e atribuem a este a responsabilidade. “Vamos continuar carregando esta cruz e a floresta continuará caindo”, completa o sindicalista.
“Não se escoa madeira ilegal sem que este produto esteja devidamente travestido de falsa legalidade”, finaliza Felipe Finger.