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Sinop: trabalhador danifica escritório de empresa e acaba preso

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O Sindicato dos Trabalhadores da Indústria, Construção e Mobiliário denunciará ao Ministério Público do Trabalho uma empresa do município pelo atraso no pagamento de um empregado que desde fevereiro não recebe integralmente e também pelos danos morais por ele sofridos. O caso veio à tona nesta semana e foi parar inclusive na delegacia de Polícia Civil. Álvaro Augusto de Lima, 32 anos, residente em Sinop há cerca de 13 anos, é casado e pai um menino de 1 ano e 4 meses.  Em entrevista a Só Notícias, o trabalhador descreve que o último holerite assinado refere-se ao mês de fevereiro. Em três meses ele continuou atuando mas sem receber integralmente. “Vão pagando somente picado (valor parcial)”, falou.

Sem dinheiro para arcar com as despesas, o trabalhador cita que a energia da residência no Boa Esperança foi cortada, a alimentação da família comprometida (depende da ajuda). Na terça-feira, após sair do trabalho e ir à casa de um dos sócios, Álvaro foi até a sede da empresa, em um condomínio de chácaras .  Entrou no almoxarifado da empresa, pegou uma marreta e destruiu o escritório. No mesmo dia ele foi preso e, ontem, liberado. “Olhei o rosto do meu filho e não tive coragem de entrar em casa. Com mulher e filho doentes, a energia cortada, meu nome no Serasa, cometi este ato por desespero”, descreveu.

Para o presidente do Siticom, Eder Pessine, a atitude do trabalhador é reflexo da situação a qual foi submetido. No entanto, a entidade critica o posicionamento da empresa que decidiu despedir Alvaro, por justa causa
“O Siticom vai entrar com uma ação contra a empresa já que ela por muito tempo dá o calote nos trabalhadores. Deixa falsa obrigação que pagará e não cumpre. Esperamos somente a petição do advogado para fazer a denúncia ao Ministério Público do Trabalho pela forma degradante. Isto é trabalho escravo pois trabalha a troco de comida. Salário de R$ 50, R$ 30 não dá para colocar em casa”, pondera. Segundo Eder, não é a primeira vez que a mesma empresa  é acionada judicialmente. “É de nome questionado, não cumpre pagamento, cria esta celeuma”, denuncia.

Álvaro ainda corre o risco de arcar com o prejuízo provocado no escritório. “Falaram que ninguém vai pagar nada e se eu entrar com um processo vão entrar com outro pelo prejuízo que causei”, fala o trabalhador.

Outro lado

Procurado por Só Notícias, o responsável pelo setor de engenharia da empresa, Roni Carlos Dona, disse que um advogado foi contratado para cuidar do caso. Ele confirmou que será pedido o ressarcimento das despesas, na ordem de R$ 8 mil. Quanto ao salário, Roni disse que “o trabalhador vinha recebendo regularmente”, mesmo não havendo repasse integral. “Há recibos assinados por ele”.

No tocante às denúncias de descumprimento aos direitos trabalhistas, o representante citou que outras reclamações feitas anteriormente e checadas pelo próprio Siticom  não se consolidaram da forma como foram enunciadas.

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