Em 2008 foram registrados 40 casos de abuso sexual contra crianças e adolescentes em Nova Mutum. Com o objetivo de chamar a atenção da sociedade para este problema e, principalmente, conscientizar para a importância da denúncia como um dos principais instrumentos de combate a esse tipo de violência, a Administração Municipal, por meio das Secretarias Municipais de Assistência Social e de Educação e Cultura, e, em parceria com o Conselho Municipal de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente e do Conselho Tutelar e Assessoria Pedagógica, promovem hoje o Fórum de Enfrentamento à Violência Sexual Infanto-Juvenil. O evento, será na Câmara de Vereadores, a partir das 19h, e integra a programação da campanha aberta no dia 18, data que assinala a passagem do dia nacional de Combate ao Abuso e a Exploração de Crianças e Adolescentes. “O que queremos é preparar a nossa sociedade para que aprenda a dizer não à violência infanto-juvenil”, observa a secretária de Assistência Social, Karla Lautenschlager.
A violência é, segundo a secretária, um problema mais presente na comunidade mutuense do que se pode imaginar. “Os números do Conselho Tutelar revelam apenas os casos que chegam até o conhecimento das autoridades, mas acreditamos que o número seja maior e que as pessoas optem pelo silêncio por medo e vergonha”, observa. E, justamente, com o objetivo de reverter esse quadro, que a administração municipal pretende, de acordo com a secretária, desencadear, a partir do debate envolvendo toda a sociedade mutuense, à construção de um Plano Municipal de Combate a Violência. Ela lembra que Administração Municipal solicitou – e foi atendida – a implantação de um Centro de Referência Especializado em Assistência Social (Creas) o qual estará funcionando junto à Secretaria e que tem como um de seus focos o atendimento a vítimas de violências. “Do mesmo modo como acontece na saúde, onde temos o SUS, na Assistência Social temos o Sistema Único de Assistência Social (Suas) que prevê a oferta de serviços como o CRAS (Centro de Referência em Assistência Social (CRAS) que funciona como se fosse um Programa de Saúde da Família (PSF) e, agora, teremos também o CREAS para atendimento especializado”, frisa.
As estratégias de enfrentamento à violência infanto-juvenil, segundo a presidente do Conselho Municipal de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente, Janete Aparecida Soares, incluem desde o encaminhamento de denúncias aos órgãos competentes, encaminhamento das vítimas e suas famílias à rede de atendimento local, busca de apoio jurídico, a organização da rede de proteção a criança e ao adolescente, bem como a efetivação do Fórum de Enfrentamento à Violência e a Exploração Sexual. “A realização do fórum representa a primeira etapa desse trabalho”, observa Janete.