Cerca de 680 oficiais da Justiça Estadual, Federal e Trabalhista realizaram ontem em Mato Grosso um protesto pedindo melhorias de condições de trabalho ao Judiciário. A justificativa é de que o exercício da profissão não conta com nenhum aparato de segurança e por isso há o risco de morte, como aconteceu com uma oficial de Justiça de São Paulo, na semana passada, que levou 9 tiros disparados pelo réu a quem ela foi notificar. No Brasil, a ação mobilizou cerca de 50 mil pessoas.
Em Cuiabá, os oficiais de Justiça vestiram preto e não cumpriram expediente. No período da tarde, eles foram ao Fórum da Capital, ao Tribunal Regional do Trabalho e à Justiça Federal para reivindicar os direitos.
Entre os pedidos, estão a permissão do porte de arma no cumprimento dos mandados e escolta policial. Argumentam que a função é exercida pelo oficial, que vai até o local sozinho, utilizando o próprio carro e correndo perigo. Segundo o presidente do Sindicato dos Servidores do Judiciário de Mato Grosso, Rosenval Rodrigues dos Santos, frequentemente o réu reage à ação do oficial, agredindo-o, soltando cachorros ou ameaçando-o. "Em Colniza, temos um caso em que as ameaças de morte são frequentes".
No caso da Justiça Estadual, a reivindicação é ainda para aumento do auxílio periculosidade e do pagamento da produtividade de R$ 500 para R$ 1 mil. Eles ameaçam greve em maio caso não sejam atendidos.
Por meio da assessoria de imprensa, o Tribunal de Justiça afirma que a reclamação da falta de apoio para a segurança nas diligências "não procede", visto que a própria legislação garante esse direito aos referidos profissionais. Garante que o magistrado, via de regra, determina apoio policial quando necessário.