O desfecho trágico do desaparecimento do estudante Kaytto Guilherme do Nascimento Pinto, de 10 anos, causou revolta na população em Cuiabá. A descoberta de que o menino foi violentado e morto pelo pedreiro Edson Alves Delfino, que confessou o crime, preso na sexta-feira, mais uma vez mexeu com a sociedade. “É revoltante a falha no sistema penal brasileiro, progredir de regime um monstro, como esse que, brutalmente, assassinou o menino Kaytto, machuca não só a familia do jovem, mais toda a sociedade se revolta” – escreveu Giullian F., que também não deixou de fazer um apelo que revela bem o estado de preocupação que assola a sociedade. “ Por favor, vocês da midia, são capazes de tornar efetiva a voz do povo, através de seus veículos de comunicação, até porque o Estado e seus poderes já estão desacreditado”.
Outra que apelou aos meios de comunicação foi Gisela Araújo. A internaura conclamou “o povo, a sociedade, os veículos de comunicação, para que orientem melhor as crianças, para que coisas como esta não venham a acontecer”.
João Felipe dos Santos acusou a impunidade como obra responsável pelo desfecho do caso envolvendo o menor. Segundo ele, a Justiça ainda não está conseguindo dar respostas adequada para a população. “A gente vive refém do medo” – disse. O advogado Fabiano Rabaneda foi taxativo: “Absurdo”. Outro que se manifestou sobre o assunto foi Maria Eduarda Ponciano. “Temos filhos. A Justiça não poderia ter feito o que fez, ao permitir que gente assim ganhe a liberdade” – disse, se referindo ao pedreiro Edson Alves Delfino, que já havia sido preso e condenado por crime similar em 1999 em Primavera do Leste, mas estava em liberdade condicional. Naquele caso, a vítima também foi um garoto, de 8 anos.
Kaytto desapareceu na segunda-feira (13), quando ia de ônibus para o escritório do pai. O assassino, que havia trabalhado no residencial Paiaguás e prestado serviços de pintura no apartamento da família, ofereceu carona de moto ao garoto. Dez dias depois do desaparecimento, sua mãe e irmã fizeram um apelo dramático por informações sobre o menino. Em vão! Kaytto já estava brutalizado e morto.
Depois de ser interrogado pelo delegado Márcio Pieroni, da delegacia de Homicídios, Edson levou os policiais ao local onde deixou o corpo: um matagal nas imediações do Residencial Paiaguás, onde o menor morava.
A identificação do suspeito foi feita a partir de levantamentos sobre pessoas que trabalharam no residencial e que tiveram algum tipo de contato com Kaytto. A partir deste trabalho, descobriu-se que no prédio trabalhara alguém com um histórico de crime sexual contra criança. O relato de uma testemunha que viu Kaytto conversando com um motoqueiro no ponto de Ônibus gerou o retrato-falado do assassino. Familiares perceberam a semelhança com a fisionomia de Edson Delfino, levando a polícia a iniciar a caçada. Uma denúncia anônima informou que ele havia vendido rapidamente a moto e estava fugindo. A PRF foi acionada e bloqueou todas as saídas da capital, resultando na prisão do assassino.