A forte chuva que caiu ontem na cidade formou vários pontos de alagamento, dificultando o trânsito de carros e assustando os pedestres que acumulavam-se nos estabelecimentos comerciais em busca de abrigo. Na avenida Fernando Corrêa da Costa, o nível da água chegou a ficar 20 centímetros da porta dos carros, sendo que alguns tiveram problemas mecânicos durante a travessia. A situação também ficou grave na avenida Getúlio Vargas. No local, as pessoas que estavam aguardando o ônibus, precisaram subir nos bancos para fugir da enxurrada, que invadiu a calçada e impedia a entrada dos usuários no coletivo. Alguns pediam a ajuda de alguém que já estava dentro do veículo para entrar.
O autônomo Paulo Sérgio Nascimento, 38, disse que ficou impressionado com a situação. Ele estava aguardando a chuva passar em uma papelaria e falou que estava preocupado com a rua onde mora, no bairro Tijucal. Nascimento explica que existe um esgoto a céu aberto no local e quando chove, a água suja invade as casas. As ruas da comunidade também não são pavimentadas e formam-se lamaçais, que são obstáculos para quem quer chegar em casa.
A chuva também trouxe problemas em Várzea Grande. Na avenida Dom Orlando Chaves, no bairro Cristo Rei, a água tomou conta da pista. O morador Ricardo de Lima Rodrigues conta que sempre que chove o local fica alagado. O fato acontece, segundo ele, devido a um córrego, que está coberto pelo mato e transborda com o aumento do fluxo de água.
Algumas casas do bairro fizeram a ligação de esgoto direto no sistema de drenagem de chuva. Então, além da água, o esgoto é jogado no local.
Ambulantes aproveitaram a chuva para vender guarda-chuva nas ruas de Cuiabá. Silvestre Wiecznski, 42, estava vendendo o objeto na avenida Getúlio Vargas e contabilizava o lucro. Ele fala que em menos de 40 minutos vendeu 17 guarda-chuvas para as pessoas que saíram de casa desprevenidas. Dos 20 que havia trazido, restavam apenas 3. Cada unidade era vendida a R$ 10.
Outro lado – O secretário de Infraestrutura de Cuiabá, Josué Souza, disse que os alagamentos foram causados pelo alto índice pluviométrico da chuva. Ele alega que as bocas-de-lobo estão limpas, mas ontem havia um alto volume de água em pouco tempo. A quantidade está acima da capacidade da drenagem, que precisa de mais tempo para fazer o escoamento.
A reportagem não conseguiu contato com a Defesa Civil de Várzea Grande.