O Brasil precisa de US$ 15 bilhões ao ano para estancar o desmatamento na Floresta Amazônica, conforme o diretor do Programa Nacional de Florestas do Ministério do Meio Ambiente, Tasso Azevedo, que esteve em Cuiabá durante o Katoomba Meeting 2009, para falar sobre o Fundo da Amazônia. Só em Mato Grosso, são necessários investimentos de pelo menos R$ 5 bilhões ao ano para remunerar o desmatamento evitado nos 20% de propriedade que a lei permite que sejam cortadas árvores. O pacote negociado com os países desenvolvidos deverá ser por 10 anos, com um plano emergencial começando a vigorar ainda este ano e que aprovará projetos adequados de REED (Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal), mesmo sem todas as regras definidas.
Apesar de opiniões favoráveis e contrárias aos mecanismos de financiamento da “floresta de pé”, gestores públicos, empresários e Organizações Não-governamentais (ONGs) chegaram ao consenso de que algo precisa ser feito, pois as reservas naturais estão se esgotando. O Estado tem um agravante. Pelo menos 40% da extensão territorial é de solo arenoso e favorável ao assoreamento de rios, córregos e as grandes erosões. Além da relação direta com o efeito estufa, porque no processo de fotossíntese as árvores capturam grande quantidade de gás carbônico, a devastação gera o empobrecimento do solo, que na região do Pantanal pode se tornar petrificado e, em outras regiões, pode haver escassez de água potável.
Em curto prazo – 20 ou 30 anos -, toda população começará a vivenciar os problemas advindos da falta de cuidados com o ambiente. Para especialistas, como Luiz Gilvan Meira Filho, do Instituto de Pesquisa Avança da Universidade de São Paulo (USP), a mudança no ciclo das chuvas é um dos sinais de alerta. “Dentro de 3 ou 4 décadas, os países terão que reduzir pela metade a produção de gases como dióxido de carbono, metano e óxido nitroso, que se acumulam na atmosfera e favorecem o efeito estufa, impedindo a saída de calor para o espaço”.