Imagens de satélite obtidas pelo Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) mostram que houve desmatamento em uma área de 754,3 km² da Amazônia durante os meses de novembro e dezembro de 2008 e janeiro de 2009. Esse número não corresponde ao total de desmatamento da região, mas ao que foi possível identificar nas áreas não cobertas por nuvens, cerca de 37% da área em novembro, 14% em dezembro e 24% em janeiro.
Por este motivo, o instituto não se arrisca a incluir no relatório divulgado conclusões sobre a dimensão do desmatamento. O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, no entanto, afirmou ontem que o desmatamento na Amazônia no trimestre de novembro a janeiro teve “queda significativa”.
O Estado em que foi identificada a maior área desmatada foi o Pará, com 318,7 km², seguido pelo Mato Grosso, com 272,3 km², e o Maranhão, com 88,4 km². Os Estados do Acre, Amapá, Amazonas e Roraima praticamente não foram monitorados, devido à cobertura das nuvens.
A observação por satélite, por meio do Deter (Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real), permite identificar tipos diferentes de desmatamento: corte raso (remoção total da cobertura florestal) e degradação florestal (perda parcial e contínua da cobertura), alta, moderada e leve.
Da área identificada pelo sistema, 57,9% foi classificada como corte raso e 37,3% como floresta degradada. As áreas classificadas como degradação de alta intensidade representaram 32,5% do total, enquanto, somadas as áreas de degradação moderada e leve, a representação foi de 4,8% – o que, de acordo com o Inpe, significa que estágios de degradação intermediários não são reconhecidos por satélite com a mesma eficiência.