Em consequência do surto de leishmaniose visceral em Rondonópolis, moradores da cidade, principalmente dos bairros periféricos, também estão sofrendo com a contaminação de cães pelo mosquito flebótomo, o transmissor da doença. Estar atento aos sinais clínicos da doença nos cães é importante, mas a Secretaria Municipal de Saúde alerta: de nada adianta eliminar os animais doentes e não acabar com os criadouros dos mosquitos, a exemplo de lixo em quintal e folhas em fase de apodrecimento, frutas em decomposição, restos de alimentos e outros.
Com sinais da leishmaniose nos cães, muitos proprietários têm abandonado os animais no Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) ou mesmo nas ruas. O número de cães que chega diariamente ao Centro é alto. Há mais de ano, uma média de 250 cães com sinais semelhantes aos da leishmaniose têm sido deixados por mês no CCZ de Rondonópolis. Conforme o médico veterinário do CCZ, Marcelo de Oliveira, dessa média total por mês, 15% dos animais têm apresentado resultado positivo para a doença, mediante exame de sangue. O restante possui outras doenças de pele.
Marcelo de Oliveira repassa que os sinais da leishmaniose visceral em cães são inespecíficos, isto é, pode haver animais com apenas um ou mais sinais. Em geral, os animais doentes podem apresentar lesões de pele com escamações, principalmente ao redor dos olhos e das orelhas. Com o passar do tempo, podem apresentar emagrecimento e queda de pelo. Em casos mais adiantados, podem apresentar diarréia. Outro sinal é a presença de unhas grandes e retorcidas.
Havendo algum desses sinais, o ideal é que o dono leve o animal até o CCZ de Rondonópolis para a coleta de sangue, a fim da realização do exame. Para não ser morto desnecessariamente, o cão pode retornar para casa, até a confirmação do resultado – que tem demorado 35 dias em média para sair. Havendo vários sinais, a recomendação é para que o cão já fique no Centro, pois a chance de estar contaminado é muito grande. Com vários sinais clínicos da doença, o animal já sofre a eutanasia (morte induzida).
Devido à grande demanda, o Município, segundo o médico veterinário, não tem condições de fazer a coleta de sangue de casa em casa, in loco; por isso a recomendação é que o animal seja levado até o local. O CCZ de Rondonópolis funciona das 7h às 11h e das 13h às 17h, apenas de segunda-feira à sexta-feira, estando localizado na MT-130, km 02, entrada para a Gleba Globo Recreio.